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Invencível | Um detalhe que melhoraria em 200% a animação

Invencível ficou muito popular pela quebra de expectativa em sua narrativa, mas agora na terceira temporada ela enfrenta um dilema

Invencível é uma das séries animadas mais populares dos últimos tempos quando paramos para analisar. Se utilizando do estilo de animação clássico em 2D do ocidente, temos aqui o que seria uma obra relativamente “simples”.

Entendendo Invencível

O filho do herói Omni-Man, Mark, está descobrindo seus poderes em um mundo repleto de super-heróis. Temos a clássica equipe de heróis que trabalham para o governo, o grupo de heróis jovens e vilões que saíram diretamente das histórias em quadrinhos mais bregas que existem. Contudo no decorrer da série toda a equipe de heróis morre, ao menos duas espécies sofrem genocídio, temos agressão infantil e a morte de ao menos umas 3.000 pessoas em somente um episódio.

Criado por Robert Kirkman, a série animada que tem como base os quadrinhos de mesmo nome busca criar um universo de heróis “brutal”, que se utiliza desses deuses e monstros para causar um impacto mais humano na narrativa. E com isso a série fez enorme sucesso entre as pessoas justamente por vir naquela leva de quebra de “paradigma dos heróis”, trazendo uma versão mais “adulta” dos personagens.

Obviamente, essa quebra de paradigma é uma mentira contada para te fazer acreditar que essas séries são diferentes do cotidiano. Pelo contrário, temos em Invencível de fato um universo de heróis mais próximo a Marvel e DC do que qualquer outra coisa. Desde dos dilemas mais complexos até os mais idiotas, você consegue achar os mesmos contextos em quadrinhos diferentes.

O motivo da fama

Invencível com a equipe “Guardiões” na série animada.

O ponto interessante da série está na forma como cada personagem lida com esse universo e sua brutalidade. Isso é visto em Mark que sempre sonhou em ser um herói, mas tem sua realidade completamente alterada quando percebe a crueldade que existe, onde no final, percebe que seu pai é o real vilão.

Então temos aqui uma série que funciona, tem uma narrativa interessante e personagens cativantes, só que…

No decorrer das temporadas, boa parte dos telespectadores alega a queda na qualidade da animação. Isso se dá pelos fatores de “tempo” e “orçamento” que dificultam a produção da série animada. Para lançar em um menor período de tempo a série, eles precisam otimizar a animação. Não podendo abusar do orçamento oferecido pela Prime que já gasta boa parte dele com os dubladores famosos que são convidados para a série.

Mesmo com esse dilema, ainda seria possível pensar em uma saída para melhorar a animação da série. E essa saída já foi utilizada por animações similares, principalmente no oriente.

A Câmera Imaginária das Animações

Os animes mais recentes Jujutsu Kaisen e Chainsaw Man receberam críticas muito positivas em suas últimas temporadas justamente pelas cenas de combate e movimentação fluída. Quando paramos pra analisar duas cenas específicas de cada obra, vemos um detalhe que fez a diferença nessa fluidez, a movimentação de câmera.

Em Jujutsu Kaisen temos a luta do protagonista Itadori contra o antagonista Choso. Todo o combate é feito através de movimentos pontuais onde cada personagem precisa analisar o outro para conseguir encontrar uma abertura na luta. O dilema então está em dar importância para cada movimento. Se utilizando até mesmo de referências do filme “Raid”, nos é apresentado aqui a importância de usar a “câmera” ao seu favor.

Já em Chainsaw Man no primeiro episódio quando somos apresentados ao protagonista e seus poderes, temos uma cena de luta que ao analisar com cuidado, é simples, mas graças aos movimentos de câmera o resultado é diferente.

Vemos o cenário como um todo e como ele influencia o combate, somos apresentados ao mapa que é desenhado para configurar a luta e com isso o que seria simples se torna complexo sem se perder aos exageros.

Um dilema para o futuro

O que existe aqui é uma diferença de direção entre entender a animação como uma peça de arte bidimensional e uma peça tridimensional. Todo o cenário que compõe as animações podem ser utilizados ao se favor. Agora na reta final da terceira temporada tivemos episódios que mostraram a capacidade de conseguir utilizar essa ferramenta.

O problema que Invencível enfrenta está no dilema do tempo entre temporadas ser curto para manter a expectativa dos fãs acesas ou alongar esse tempo criando um vácuo entre temporadas. E no final das contas uma decisão precisa ser feita caso a série seja renovada ou os mesmos problemas serão enfrentados criando uma reação negativa da sua audiência.