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Crítica: Águas Profundas | Uma história que é profunda em ser vazia

Águas Profundas é um dos mais recentes filmes da Amazon Prime que estreou recentemente trazendo Ben Affleck e Ana de Armas como protagonista. E ao ouvir o nome do diretor Adrian Lyne envolvido no projeto, as expectativas já aumentam pelo seu extenso currículo em thrillers eróticos como Atração Fatal, Infidelidade e entre outros. Só que ao ver o filme, percebemos que a repetição de uma ideia com um enredo vazio, sempre soma em um resultado negativo.

O filme é baseado no romance de 1957 escrito por Patrícia Highsmith. Na história temos o casal Vic (Ben Affleck) e Melinda (Ana de Armas), onde Vic busca impedir o divórcio permitindo que sua esposa se relacione com outras pessoas. Entretanto alguns misteriosos assassinatos chamam a atenção das pessoas.

Quando começamos o filme, a primeira sensação que temos é estar vendo uma obra similar a Garota Exemplar, ainda mais devido ao fato de Affleck estar no filme. E ao decorrer desse início já temos os indícios de como será a narrativa (um repleto caos). A história consegue conciliar ou se decidir em ser um drama familiar ou um thriller erótico. O drama em volta da família e também no mistério por trás do personagem Vic são vazios e tratam a audiência como leiga ao criar um mistério raso.

No decorrer da narrativa não temos uma elaboração do que seriam aqueles assassinatos, sendo uma repetição entre o crime acontecendo, a reação das pessoas e a vida do casal. O roteiro que se firma nos protagonistas não consegue se sustentar por si só criando personagens secundários rasos e que servem somente como pano de fundo.

Em meio a isso ocorre a dependência do filme em precisar que Ben Affleck interprete um sociopata onde seus pensamentos são um mistério para todos. Só que ao jogar esse cargo ao ator, o peso que seria necessário não existe, com uma atuação que não condiz com o papel e se torna até mesmo cansativo. Ao lado de Ana de Armas que consegue se dedicar à aquela trama, mas devido a todos esses defeitos sua atuação é apagada diminuindo até mesmo o seu papel.

A direção de Adrian Lyne tenta emular outras obras recentes que possuem também um tema similar, mas não consegue passar do básico, onde temos um mal aproveitamento do suspense e das locações.

Olhando para a sua proposta, Águas Profundas poderia ser uma obra que aborda os temas em volta do casamento monogâmico, relacionamento abusivo e até mesmos subtextos que a própria história tenta abordar mas falha. No final vemos uma obra que tenta replicar o sucesso do gênero mas falha ao ser simplesmente um profundo vazio.