Pense em uma história sobre um personagem isolado e que possui dentro de si um poder oculto. Pense também que ele tem um amigo com segredos sobre seu passado e extremamente frio com os outros, mas acaba sendo amigável e tem um bom coração. E também uma personagem feminina que é a mais extrovertida do grupo.
Você provavelmente pensou em diversas obras, principalmente mangás que possuem essa dinâmica de grupo. E Chainsaw Man não é diferente, contudo essa obra se destaca pelo seu universo, ação e motivações que nos fazem questionar os próprios personagens. Afinal acho que você ficará curioso em ver um homem com cabeça de motosserra cavalgando em um tubarão demônio. Ficou curioso? Bem, está na hora de conhecer Chainsaw Man.
A obra acompanha o personagem Denji, que está acompanhado de seu companheiro Pochita, um pequeno demônio que possui uma serra elétrica na cabeça. E nesse mundo demônios são criaturas “naturais” que criam os mais diversos problemas para a sociedade, e com isso existem os caçadores e uma equipe do governo para cuidar disso. Um dia Denji acaba morrendo, e graças ao seu amigo Pochita ele é revivido e ganha os poderes de se transformar em um demônio com cabeças e mãos de serra elétrica.
Após alguns acontecimentos ele se junta a uma equipe do governo com os personagens Aki, Power e entre outros. E a partir daí temos o inicio de fato da obra, onde vemos o dia a dia desses caçadores de demônios. E vale destacar a personagem Makima que recruta Denji dizendo que caso ele se junte a eles, ela fará o que ele quiser (sim, essa é a motivação do personagem, mas acredite, ainda vale a pena a obra).
O primeiro destaque que vale notar na obra são os designs das criaturas e a inventividade do autor ao criar cada um deles. Temos criaturas com poderes temporais, cabeça de espadas e entre outras diversas bizarrices ao longo da obra e nesse primeiro volume vemos um pouco disso. E não pense que essa é uma obra leve ou sequer infantil, porque ela vai até os limites do gore, tendo sangue em cada canto das páginas em alguns momentos.
O criador Tatsuki Fujimoto que também foi responsável por Fire Punch, outra obra digna de nota, faz uma arte de certa maneira poluída e tremula em certos momentos, justamente para destacar as imperfeições dessas criaturas e dos combates. E já no roteiro, ele utiliza de elementos certamente clichês onde vemos elementos clássicos sendo utilizados. Ao mesmo tempo a obra parece saber desses clichês e usa eles apenas como uma manobra para nos surpreender em momentos chocantes, com ação, sangue e o sublime bizarro.
E o protagonista Denji, traz para a obra… relativamente nada novo. Nessa primeira edição vemos um personagem simplesmente motivado a mulheres e desejos de um adolescente em crescimento, só que olhando mais atentamente temos algo diferente. A obra faz isso de maneira escrachada, onde equilibra com momentos onde o personagem não sente prazer por mais nada em sua vida, e simplesmente ignora tudo em sua volta, sendo praticamente um anti-herói em alguns momentos.
O personagem Aki mantém a alcunha do misterioso e frio caçador de demônios que detesta o protagonista. E rapidamente vemos um avança na relação dos personagens e também vemos alguma leves camadas dele nessa primeira edição. Já a Power serve de alívio cômico e tenta trazer uma mistura de leveza e erotismo para a obra que alguns podem gostar e outros não.
Chainsaw Man aparenta ser mais uma obra comum do gênero shounen, mas dá pistas sobre um caminha diferente a ser seguido, onde até mesmo o protagonista não é capaz de vencer todos os combates. Uma obra que traz sangue, monstros bizarros e personagens que aparentam ter um futuro promissor. Talvez não seja algo para todo mundo, mas sem dúvida deixa um ar de curiosidade sobre o futuro.
A Panini Comics trouxe a obra para o Brasil com o formato de capa cartão no valor de 29,90.