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Crítica: Entre Montanhas | Romance e mistério em meio ao desconhecido

Muito Além do Fosso: um romance que conquista

Recentemente, chegou ao catálogo da Apple TV, seu mais novo filme estrelado por Anya Taylor-Joy (Furiosa: Uma Saga Mad Max) e Miles Teller (Top Gun Maverick), chamado “The Gorge” ou “Entre Montanhas”.

O longa gira em torno de um mistério bastante peculiar e envolvente, uma fenda escura “Entre Montanhas” no qual, dois mercenários de elite, Levi (Miles Teller) e Drasa (Anya Taylor-Joy) são designados para vigiar este lugar, ambos separados por suas torres de observação. 

Uma mistura interessante entre gêneros

À medida que o enredo se constrói, Entre Montanhas começa transitar entre gêneros já no primeiro ato, com suspense crescente que cria tensão pelo desconhecido, seguido de boas cenas de ação e um pano de fundo na ficção científica. No entanto, já na segunda parte da trama, percebemos que esses elementos são usados na condução narrativa a fim de intensificar o romance entre os personagens. Essa dinâmica funciona muito bem, sem que haja uma desconexão de tom.

Uma conexão construída no isolamento

E este é ponto alto do filme, a interação entre eles, uma química que torna os protagonistas interessantes, onde por meio da solidão e monotonia dos dias observando o breu, uma paixão surge sem aquele imediatismo ou superficialidade. A partir desse envolvimento, vemos Levi, um romântico tímido e destemido, enquanto Drasa, incentivadora da poesia, amante de encontros e gentil ao receber flores.

Entretanto, por meio desse sentimento que floresce entre eles, a narrativa pode, para alguns, parecer um tanto apelativa em certos momentos da ação, onde os personagens se colocam à prova. No entanto, ao meu ver, é justamente esse charme que nos faz torcer por eles: o exagero do heroísmo.

O Exagero do Heroísmo e a Falta de Profundidade no Mistério

Entre Montanhas sofre algumas incongruências, como enviar apenas duas pessoas para patrulhar uma área gigante, já que a situação é de suma importância, o longa até tenta justificar isso, mas a explicação soa conveniente, servindo apenas para dar mais espaço ao romance. Todavia, assim como neste exemplo, outros fatores podem deixar a desejar, principalmente para o telespectador que cair de paraquedas, sem ter em mente o foco do filme.


Além disso, ter Sigourney Weaver (Trilogia Alien) antagonizando uma personagem minimamente razoável, particularmente, considero um desperdício, quase passando despercebida. Quando o mistério vem à tona, a revelação deixa a desejar. Talvez, se Entre Montanhas mergulhasse em uma mitologia mais sombria, seria mais condizente com o cenário de suspense criado desde o começo. Há tanto a ser explorado que, ao longo do enredo, fica uma certa sensação de lacuna.

Por fim, o filme se destaca pela história de amor, ouso dizer que, The Gorge é um frescor no gênero sem se agarrar ao sofrimento perene ou na leveza da comédia romântica. Mesmo num cenário irreal, Levi e Drasa mostram que a paixão pode emergir, até mesmo, “Entre Montanhas” ou das profundezas de um fosso escuro.

Dirigido por Scott Derrickson (Doutor Estranho), Entre Montanhas estreou 14 de fevereiro e já está disponível para assistir na plataforma de streaming Apple TV.