Para entendermos a história de Trem-Bala, primeiramente precisamos conhecer um pouco sobre o diretor David Leitch. Tendo uma carreira bem sucedida como dublê, ele iniciou sua carreira na direção com John Wick. Após isso ele fez filmes de sucesso como Deadpool 2 e Atômica, onde classificaram ele como um diretor do cinema de ação mais “brutal”. E durante sua carreira de dublê, ele trabalhou ao lado de Brad Pitt por seis filmes, o que ocasionou na parceria para Trem-Bala. E no filme vemos como Leitch trabalha com um grande orçamento e também ao lado de grandes nomes de Hollywood.
No filme acompanhamos a história de Ladybug (Brad Pitt), um mercenário que parte em busca de um objeto em um Trem-Bala de Tóquio. Entretanto ele acaba percebendo que existem outras pessoas atrás do mesmo objeto, como Tangerina (Aaron Johnson), Limão (Brian Tyree Henry), e o Príncipe (Joey King).
Um enredo simples para uma edição ousada
O ponto principal aqui é o enredo simples, que serve como ferramenta para ampliar a ação e também a própria montagem do filme. A utilização de flashbacks, trazendo diferentes técnicas de montagem traz um grande dinamismo para o filme. Momentos que ele parece se perder, encontra o rumo através de novas revelações ou cenas adicionais. E isso também casa com as cenas de ação, onde por mais que o Trem-Bala seja um ambiente fechado, conseguem ser dinâmicas.
E em paralelo temos o elenco estelar do filme, onde aqui percebemos em como David Leitch consegue lidar com diferentes nomes e usar suas personalidades em prol da trama. Desde Joey king que interpreta uma jovem que parece ser indefesa, até Aaron Johnson que faz um brutamontes britânico. E sem contar com Brad Pitt, que traz o seu humor sarcástico e monótono. Um personagem carismático e que consegue até mesmo destoa do resto do filme.
Entre acertos, há falhas
A fotografia de Jonathan Sela é em muitos momentos exagerada, criando um grande contraste entre as cenas e utilizando ao máximo as luzes de Tóquio, juntamente com sua estética. Entretanto em certos momentos isso cria cenários artificiais. Isso acaba não combinando também com os efeitos especiais que ao usados, nos fazem perder a sensação de perigo que havia na história.
Em determinado momento da trama, a utilização de reviravoltas acaba se tornando cansativa e até mesmo excessivas, mas acaba sendo um ponto de destaque por quebrarem a todo momento suas expectativas perante o filme. A narrativa em volta do personagem de Brad Pitt e sua busca por paz em meio aos eventos caóticos que são considerados sorte ou azar. Ele traz uma tentativa de criar um peso maior para o roteiro de Zak Olkewicz, mas não cria algo consistente o suficiente para tal. No final das contas Trem-Bala é um filme divertido, que entretém pela narrativa e ação caótica, mas não consegue consolidar uma base mais sólida para o seu enredo.