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Crítica: Robô Selvagem | Você vai chorar pela robô, pelo pato, pela Raposa, pelo Esquilo…

Robô Selvagem é um filme que te emociona ao trazer uma história sobre maternidade e também abordar o crescimento selvagem.

Em 2024, não temos tantas animações renomadas quanto ao ano de 2023 que tivemos gratas surpresas. Digo isso no cenário blockbuster obviamente, porque há muitas opções nos filmes internacionais e de estúdios menores. Contudo quando falamos do grande público, tivemos Meu Malvado Favorito 4 que venceu no básico. Divertidamente 2 que era um sucesso inevitável. E Garfield que surpreendeu, mas ainda era um personagem de grande nome.

É então que a Dreamworks, a mesma criadora do SUBLIME Shrek 2, apresenta um filme com uma proposta original, mas narrativamente simplória. Robô Selvagem acompanha uma Robô chamada Roz (Lupita Nyong’o) que cai em uma ilha selvagem onde os animais vivem em conflito, por acidente ela acaba adotando um Patinho (Kit Connor), e ela terá a ajuda inusitada de uma Raposa (Pedro Pascal) para ensinar o patinho a voar e sair da ilha antes que a natureza o devore.

Só pelos breves nomes que eu citei, dá pra dizer que a animação conta com um elenco de peso na dublagem, com outros nomes como Bill Nighy, Mark Hamill, Stephanie Hsu e entre outros (apesar de que eu sempre opto pela dublagem em animações). E através da descrição, também é possível notar uma narrativa simplória e sem algo mirabolante, contudo essa talvez seja o maior trunfo da animação.

Uma história sobre maternidade e crescimento ao lado de um Robô Selvagem

Quando olhamos para Divertidamente, vemos através de alegorias como que a personagem Riley cresce e enfrenta os desafios da puberdade. Já aqui temos um outro lado, o de uma mãe que precisa acompanhar o seu filho crescendo e lidar com uma criança nunca tendo sido uma mãe ou alguma experiência.

Com isso, vemos através de uma animação sobre animais falantes e robôs, uma história sobre as dificuldades da maternidade, dos desafios do crescimento de um filho e também sobre os conflitos de uma família nada tradicional.

Você se lembra daquele momento que discutiu com sua mãe sobre algo que você queria, ou quando teve que sair de casa, ou até mesmo quando você se arrependeu de deixar sua mãe. Dependendo do seu histórico, do que você viveu, esse filme irá te emocionar de diferentes maneiras.

Aqui também temos alegorias, através da vida selvagem que nos mostra as dificuldades de crescer e da vida. Que nos mostra o porque muita das vezes temos medo de crescer, e não sabemos como lidar com as lições de nossas mães.

Seu enredo é simples tal qual um conto infantil, mas palpável e feito com sentimento. Então se há algo a dizer sobre essa experiência, é para ir aberto a sentir as emoções que ele deseja te passar. E acredite, será uma experiência que irá te fazer se apaixonar por sua história, assim como sua animação.

Dreamworks encontra o seu estilo novamente

Rox com o seu patinho em O Robô Selvagem.

O estúdio responsável por franquias como Shrek, Kung Fu Panda, Como Treinar o Seu Dragão e o inigualável Bee Movie (irei falar sobre isso outro dia), passou por uma situação complicada. Lidando com alguns fracassos de bilheteria complicados e séries animadas não tão bem sucedidas, o estúdio ficou fora dos holofotes por algum tempo.

A situação muda quando eles retornam com filmes como Gato de Botas 2 e Caras Malvados, uma chama é encontrada que anteriormente estava perdida. Utilizando de referências que o Aranhaverso trouxe, agora vemos um caminho diferente tomado pela Dreamworks.

Misturando diferentes estilos de animação, e também criando algo que mistura os elementos 3D com traços 2D, é quase como se fosse criado um estilo único, mas que remete às animações clássicas. Há méritos aqui também para a trilha sonora do compositor Kris Bower que também fez filmes como Green Book. Há uma sutileza na música que traz ainda mais emoções para as cenas, tanto as sobre família, quanto também para aquelas que mostram destruição.

Um retrato atual sobre a morte da natureza

Em paralelo com a proposta da história em retratar os dilemas familiares, também existe a ideia sobre como enfrentamos o fim da natureza em meio ao crescimento das corporações. O filme se passa em um ambiente distópico que não é aprofundado, mas funciona como plano de fundo e cria objetivos no roteiro a serem cumpridos.

Aqui temos um mundo onde as máquinas são controladas pelos humano e não o inverso que vemos normalmente. Elas servem como massa de produção para manterem estáveis as cidades que ainda existem nesse mundo e fazerem os trabalhos normalmente feito pelos humanos.

Enquanto isso, também serve para coletar dados para construírem essas cidades perfeitas com a natureza restante do universo, e então serem VENDIDAS para as pessoas.

O desmatamento, a destruição da natureza em prol da tecnologia que vai somente nos consumir, revela no antro de uma floresta como os sentimentos, memórias e emoções também são destruídos.

Robô Selvagem é uma grata surpresa, que emociona, mas também te faz ficar em pé na cadeira e traz consigo um plano de fundo profundo e poético que vale a pena ser conferido