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Crítica: Divertidamente 2 | Quando crescemos, o que fazemos com a felicidade?

Divertidamente 2 traz um novo desafio para as emoções, lidar com novos sentimentos e a temida ansiedade. Como elas vão lidar com isso? Rivotril? Terapia? Leia nossa crítica e entenda

Divertidamente 2 é um sucesso dos cinemas, tendo já chegado as 15 maiores bilheterias de todos os tempos. O filme da Disney que retorna com a mais nova franquia do estúdio, vemos como crescer é complicado. Além disso temos uma história que utiliza de parábolas para nos mostrar duras verdades sobre nossa infância.

Acompanhamos a protagonista Riley agora mais velha e tendo que lidar com uma repentina mudança em sua vida quando suas amigas dizem que irão mudar de escola. Com isso, ela passará pelos dilemas da puberdade enquanto Alegria, Raiva, Medo, Nojinho e Tristeza  terão que lidar com as novas emoções Preguiça, Vergonha e a temida Ansiedade.

Quando deixamos o primeiro filme, temos aquele sentimento feliz mas ao mesmo tempo melancólico de como foi nossa infância. As memórias dos momentos bons e ruins com nossa família, das decepções, das alegrias e tudo que cerca a infância. Já no segundo encaramos os desafios que tornam a adolescência tão difícil.

Através de alegorias muito bem construídas, somos apresentados a novas partes da mente da Riley, como por exemplo a imaginação, que agora ao invés de brinquedos e amigos, temos fofocas e diversos futuros do qual a ansiedade é responsável por criar.

Uma das partes mais interessantes da narrativa da sequência está ao continuar nos instigando sobre como a mente funciona através dessa visão de estarmos sendo controlados pelos sentimentos. Cada parte ali é pensada com cuidado e feita para nos mostrar como em meio ao caos certos sentimentos são reprimidos para tentarmos “ser melhores”.

Se encaixando em um mundo novo

Uma das coisas mais interessantes sobre Divertidamente é em como a narrativa é construída a partir da perspectiva de um novo cenário. Os desafios apresentados para as emoções são postos ali para apresentar a evolução da Riley perante esse “novo mundo” que seria a adolescência.

Todo mundo passou por problemas nessa fase, seja por não se encaixar em novas amizades, questões hormonais e outros problemas que surgem no decorrer do nosso crescimento.

Contudo existem certos problemas que surgem e são conturbados o suficiente para de fato nos definir como “adolescentes”. E sendo um filme infantil da Disney, existe ali uma certa limitação sobre até onde podemos explorar esses problemas. Um deles, é a sexualidade.

Esse tema é um problema na maioria das obras da Disney onde nunca abordam essa questão com a devida importância. Um bom exemplo que aborda de maneira criativa tal dilema é o filme RED: Crescer é uma Fera de 2022.

Essa ausência não faz falta na experiência ao assistir o filme, contudo mostra uma limitação narrativa que traria um peso dramático ainda maior para o filme.

Um capítulo se encerra, mas para onde iremos agora?

Divertidamente pode de certa forma ser considerado o Toy Story dessa geração, onde ao decorrer do filme crescemos e vemos também os personagens do filme crescer. Um elemento interessante apresentado foi a “Nostalgia” que sempre aparece antes da hora no filme.

Só que em algum momento ela toma conta do nosso sentimento, seja pela tristeza de uma infância perdida, ou de momentos com nossa família. Então talvez o caminho óbvio seja chegar à vida adulta, um período que o filme Soul soube desenvolver muito bem.

Será que teremos um filme profundo sobre a vida adulta? Ou veremos algo mais pé no chão mostrando a Riley talvez saindo de casa? Deixemos essa pergunta para o futuro, senão a ansiedade pode tomar conta do painel de controle.