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Cleópatra | De Alessandra Negrini a Elizabeth Taylor, confira as versões mais conhecidas da rainha

No último domingo (11) saiu a notícia surpreendente de que Gal Gadot e a diretora Patty Jenkins se uniriam novamente em um projeto da Paramount Studios para levar às telonas uma nova versão da história da famosa rainha do Egito, Cleópatra VII. Gadot obviamente fará a protagonista, dirigida por Jenkins. O roteiro será de Laeta Kalogridis (Ilha do Medo, Alita: Anjo de Combate) e a produção ficará por conta de Charles Roven (conhecido produtor dos filmes da DC, incluindo os longas de Mulher-Maravilha), por meio da Atlas Entertainament em conjunto com a produtora Pilot Wave, pertencente à Gadot e ao seu marido Jaron Varsano.

A atriz demonstrou sua empolgação nas redes sociais: “Eu amo embarcar em novas jornadas, amo a excitação de novos projetos, a emoção de trazer novas histórias à vida. Cleópatra é uma história que eu queria contar há muito tempo. Não posso ser mais grata por fazer parte desta equipe“.

Cleópatra ficou eternizada nos livros de história por ser uma líder habilidosa, que conseguiu dobrar à sua vontade dois líderes do poderoso Império Romano, que era tão grande, mas tão grande, que precisou ser dividido entre três generais para melhor ser governado. Essa fase ficou conhecida como “Triunvirato”. O primeiro Triunvirato foi formado por Júlio César, Crasso e Pompeu. César apoia Cleópatra, com quem mantém um relacionamento amoroso, na disputa interna dela contra seu irmão Ptolomeu. Tempo depois ele é assassinado e forma-se um segundo Triunvirato, formado pelos generais Marco Antônio, Lépido e Otávio. Cleópatra se envolve novamente com o novo general encarregado de administrar as terras orientais dos territórios romanos, no caso, Marco Antônio. Otávio mata Lépido, derrota Antônio, que comete suicídio ao lado da amada, e abre o caminho para se sagrar como o primeiro imperador romano, dando início a uma nova fase da história de Roma.

Saindo da história e voltando ao post, o filme não tem data para ser lançado, mas o que não falta são histórias para quem é interessado na aura lendária que cerca a famosa rainha. A lista de atrizes que já deram vida à Cleópatra é imensa, talvez só Jesus Cristo tenha tido mais intérpretes do que ela.

 

Jeanne d’Alcy – (1899)

2Jeanne d'Alcy em Cleopatra's Tomb (1899) - Cinema Clássico

Filme francês feito nos primórdios do cinema. É um curta-metragem de apenas dois minutos e é também considerado um dos primeiros filmes de horror feitos. Na história, um homem invade a tumba de Cleópatra para ressuscitá-la. O diretor foi George Méliès, conhecido pelo famoso Viagem à Lua. Assim como muitos filmes da era muda, este Cleópatra é considerado um filme perdido. Méliès escalou a esposa Jeanne d’Alcy no papel da múmia da rainha, porém, ela é mais conhecida por ter sido parceira do seu marido em vários outros filmes, e também por ter protagonizado a primeira cena de nudez no cinema.

 

Florence Lawrence – Antônio e Cleópatra (1908)

20+ Best *Florence Lawrence images | florence lawrence, picture company, silent film

O curta-metragem Antônio e Cleópatra é baseado na peça de Shakespeare de mesmo nome. É tão trágico quanto a obra original do dramaturgo inglês. Florence Lawrence, uma estrela de cinema nos anos 1910, faz o papel principal. Marco Antônio é vivido por Maurice Costello.

 

Helen Gardner – (1912)

Cleopatra (1912 film) - Wikipedia

Primeiro longa-metragem sobre a vida da rainha. O filme foi produzido pela própria Helen Gardner, por meio da sua produtora – The Helen Gardner Picture Players. A história é baseada numa peça escrita em 1890 pelos dramaturgos franceses Émile Moreau e Victorien Sardou e retrata Cleópatra e seus diversos casos amorosos, desde um pescador até Marco Antônio. Na época, o longa foi vendido como “o filme mais belo já feito“. Gardner também trabalhou no projeto como figurinista e editora. Em 1917, ela filmaria novas cenas e relançaria o filme para competir com a nova versão estrelada por Theda Bara.

 

Theda Bara (1917)

Ficheiro:Theda-bara-cleopatra.jpg – Wikipédia, a enciclopédia livre

Este Cleópatra usou várias fontes de inspiração: A peça de Shakeaspeare Antônio e Cleópatra, a peça francesa de 1890 que serviu de base para o filme de 1912 e o romance de 1899 – Cleópatra, do escritor britânico H. Rider Haggard. A protagonista é Theda Bara, atriz com fama de exótica e considerada a primeira “sex symbol” do cinema. O filme fez a maior bilheteria de 1917, mas foi considerado obsceno demais alguns anos depois, quando o Código Hays entrou em vigor em Hollywood em 1934. Atualmente é considerado um filme perdido, apenas pequenos fragmentos dele sobreviveram ao incêndio que ocorreu nos estúdios da Fox, em 1937.

 

Claudette Colbert (1934)

Cleopatra, 1934/Claudette Colbert | Memorabilia, film | Christie's

Dirigido por Cecil B. DeMille e protagonizado por Claudette Colbert, Cleópatra teve a maior bilheteria de 1934. Foi indicado a cinco Oscars, incluindo o de melhor filme. Venceu apenas um, o de melhor fotografia. O ator Warren William interpretou Júlio César e Henry Wilcoxon, o da foto, fez Marco Antônio. 1934 foi o ano de Claudette Colbert, o auge da sua carreira. Além de Cleópatra, outros dois filmes que ela lançou naquele ano também concorreram ao Oscar de melhor filme: Imitação da Vida e Aconteceu Naquela Noite, clássico que venceu o prêmio principal, como também lhe deu um Oscar de melhor atriz.

 

Vivien Leigh – César e Cleópatra (1945)

NPG x137980; Vivien Leigh as Cleopatra and Claude Rains as Julius Caesar in 'Caesar and Cleopatra' - Portrait - National Portrait Gallery

Filme britânico protagonizado por Vivien Leigh, a eterna Scarlett O’Hara de …E O Vento Levou (1939), e Claude Rains no papel de Júlio César. É uma adaptação da peça César e Cleópatra (1901) e pretende ser uma história de amadurecimento da rainha, passando de menina a uma jovem mulher. O longa foi um fracasso, o que não é de se estranhar pois o filme é de fato cheio de problemas básicos. Para começar, Vivien Leigh é velha para o papel, não convence como uma Cleópatra adolescente, parecendo mais uma adulta mimada e infantilizada. Seu relacionamento com César, ponto central do filme, é bastante confuso, ora ele age como uma figura paterna, ora como um “sugar daddy”.

 

Rhonda Fleming – A Serpente do Nilo (1953)

As divas que interpretaram Cleópatra no cinema | VEJA

Filme B de aventura dos anos 1950. A história gira em torno do romance entre a rainha e Marco Antônio, iniciado após a morte de César. É um filme exagerado e as limitações orçamentárias da produção são bem evidentes. Marco Antônio é vivido por Raymond Burr, o vizinho misterioso de Janela Indiscreta, clássico de Hitchcock. Já Rhonda Fleming era conhecida por seus papeis em filmes baratos de aventura.

 

Sophia Loren – Duas Noites com Cleópatra (1954)

13º Festival de Cinema Italiano homenageia Sophia Loren na semana de seu aniversário - O TABOANENSE

Esta comédia italiana é protagonizada por Alberto Sordi, que vive Cesarino, um soldado romano que vem à Alexandria para servir ao exército de Cleópatra. Quando o marido e imperador Marco Antônio (Ettore Manni) não está, a soberana escolhe um de seus soldados para passar a noite, colocando uma escrava sósia no seu lugar para não levantar suspeitas. Todos os soldados que passam a noite com ela são envenenados no dia seguinte, mas Cesarino não sabe disso.

 

Virginia Mayo – A História da Humanidade (1957)

Virginia Mayo as Cleopatra in The Story of Mankind | Seeker of Truth

Um diabo e um anjo debatem se a humanidade deve sobreviver. Ao longo do julgamento, vários personagens e passagens da história são revisitados, o que inclui Cleópatra, aqui vivida por Virginia Mayo, outra atriz conhecida por seus filmes B. Outras figuras famosas também surgem, como Nero, Elizabeth I da Inglaterra e Napoleão. Heddy Lamarr e Vicent Price são outros nomes do elenco.

 

Linda Cristal – Legiões do Nilo (1959)

As Legiões de Cleópatra (1959) | A Grande Ilusão

Outro filme italiano sobre Cleópatra, desta vez para a TV. Aqui ela é vivida aqui pela atriz argentina Linda Cristal. Na história, o triúnviro Octavio está determinado a recuperar seu império e vai com seus exércitos até Alexandria para capturar a rainha e o outro triúnviro Marco Antônio (Georges Marchal). O casal se une para enfrentá-lo.

 

 

Pascale Petit – Cleópatra, Rainha de César (1962)

Cleopatra (Pascale Petit) and Ptolemy (Corrado Pani) vie for the throne in A QUEEN FOR CAESAR | Cleopatra, Movies, Women

O filme retrata uma luta interna pelo trono egípcio entre os irmãos Cleópatra (Pascale Petit) e Ptolomeu (Corrado Pani, ao seu lado na foto), que se tornam rivais após a morte do pai. Durante essa disputa, a jovem conta com a ajuda de um de seus fiéis soldados, Achillas (George Ardisson). Apesar do título, Júlio César (Gordon Scott) só aparece no final do filme, recebendo Cleópatra “de bandeja”.

 

 

Magali Noël – Totó e Cleópatra (1963)

Totò e Cleopatra (1963) - Photo Gallery - IMDb

Outra comédia italiana sobre o casal Cleópatra e Marco Antônio. Totò foi um famoso humorista, até hoje é reverenciado na Itália e fez vários filmes que levavam seu nome (Totó e Carolina, Totó e as Mulheres, Totó e a Doce Vida e por aí vai). Em suma, ele era o Didi do público italiano. Aqui Totò faz dois papéis, o de Marco Antônio e o de Totonne, o irmão gêmeo e obscuro do imperador romano, que gosta de sair por aí fingindo que é o irmão poderoso. A francesa Magali Noël faz o papel de Cleópatra.

 

Elizabeth Taylor – Cleópatra (1963)

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Essa é, disparada, a versão mais conhecida da personagem. Elizabeth Taylor tem uma lista de papeis inesquecíveis, mas sua interpretação de Cleópatra foi a que mais permaneceu no imaginário do público. Neste longa de 4h, a famosa rainha é retratada como uma mulher dedicada ao seu reino, “disposta a lutar para protegê-lo das ambições do Império Romano“, como diz a sinopse do filme. Cleópatra foi um dos filmes mais caros já feitos e quase levou a Fox à falência. A produção também foi tumultuada: Além do alto orçamento, Taylor quase morreu de pneumonia (a cicatriz da traqueostomia é visível nas imagens de divulgação do filme) e ela também se envolveu em um escândalo ao trair o então marido Eddie Fisher com o colega (também casado) Richard Burton, intérprete de Marco Antônio. Rex Harrison interpretou Júlio César. O filme teve a maior bilheteria de 1963, mas isso não foi suficiente para pagar os custos de produção do filme, que só gerou lucro de fato nos anos seguintes, com a venda de direitos de exibição para a TV. Foi indicado a 9 categorias no Oscar, incluindo a de melhor filme. Ganhou em 4: Melhor direção de arte em filme colorido, melhores efeitos especiais, melhor fotografia colorida e melhor figurino em filme colorido.

 

Amanda Berrie – Os Apuros de Cleópatra (1964)

Carry On Cleo (1964) - Photo Gallery - IMDb

O filme da vez é uma comédia britânica. Protagonizado por Kenneth Connor e Jim Dale, que fazem os escravos Hengist Pod e Horsa, aprisionados quando o exército de Júlio César (Kenneth Williams) invade a Grã Bretanha. Ambos são levados à Roma, onde uma confusão acontece e Hengist acaba sendo confundido com um soldado leal à César, para desgosto de Cleópatra, que vai tentar se livrar dele para atingir o seu objetivo de matar o imperador. Para isso, ela conta com a ajuda do amante Marco Antônio (Sidney James, na imagem acima).

 

Hildegard Neil – À Sombra das Pirâmides (1972)

Antony and Cleopatra (1972)

Aqui uma Cleópatra de luto pela morte do amante e imperador Júlio César se aproxima do seu sucessor, Marco Antônio (Charlton Heston), em busca de um aliado político e acaba se apaixonando por ele. Os dois se unem para enfrentar outro possível sucessor de César, Otávio (John Castle). Além de protagonizar o filme, Heston escreveu e dirigiu o longa. É provavelmente a melhor adaptação da peça Antony and Cleopatra.

 

Janet Suzman – Antony and Cleopatra (1974)

Antony and Cleopatra Video Capsule Review: 1974, RSC - The Bill / Shakespeare Project

Produção feita para o canal britânico ITV. Janet Suzman faz a personagem principal e Richard Johnson aparece como Marco Antônio. O destaque mesmo vai para Patrick Stewart como o General Enorbabus e Ben Kingsley em um papel pequeno.

 

Lynn Redgrave – Antony and Cleopatra (1984)

Shakespeare's Antony and Cleopatra Act I Scene 3-5 (Timothy Dalton and Lynn Redgrave) - YouTube

Um milésimo Antony and Cleopatra feito para a TV. Dessa vez o casal é vivido por Lynn Redgrave e Timothy Dalton, o futuro James Bond.

 

Leonor Varela – Cleópatra  (1999)

Cleopatra | Египетские женщины, Египетская мода, Клеопатра

Timothy Dalton aparece aqui de novo, mas dessa vez como Júlio César. O filme feito para a TV foi exibido em 1999 no canal americano ABC e conta com a chilena Leonor Varela no papel-título e Billy Zane como Marco Antônio.

 

Monica Belluci – Asterix e Obelix: Missão Cleópatra (2002)

Asterix & Obelix: Mission Cleopatra (2002)

Nesta comédia, a dupla Asterix (Christian Clavier) e Oberix (Gérard Depardieu) vão até o Egito ajudar o arquiteto Numeróbis (Jamel Debbouze) a construir um novo palácio para a rainha, vivida pela fabulosa Monica Bellucci. Alain Chabat aparece brevemente como Júlio César.

 

Samuela Sardo – Julius Caesar (2003)

Minissérie do canal TNT sobre o imperador Júlio César. Jeremy Sisto faz o personagem principal, já Cleópatra é vivida pela italiana Samuela Sardo, em um papel menor.

 

 

Lyndsey Marshal – Roma (2005-2007)

De todas as atrizes que já viveram Cleópatra, talvez Lyndsay Marshal seja a que mais se aproxime da figura real da rainha. A série da HBO durou duas temporadas, exibidas em 2005 e 2007. Ciáran Hinds interpreta Júlio César e James Purefoy é Marco Antônio.

 

 

Alessandra Negrini – Cleópatra (2007)

G1 > Cinema - NOTÍCIAS - 'Cleópatra', com Alessandra Negrini, é aplaudido em Veneza

Muitos talvez já tenham esquecido, mas o Brasil também tem uma produção biográfica sobre a vida de Cleópatra, interpretada por Alessandra Negrini. Júlio César é interpretado por Miguel Falabella, já Marco Antônio é vivido por Bruno Garcia. O elenco conta com outros nomes conhecidos da dramaturgia brasileira, como Taumaturgo Ferreira (Potino), Heitor Martínez (Otaviano) e Lúcio Mauro como o irmão e rival Ptolomeu VII. O longa foi eleito pelo júri como o melhor filme no Festival de Cinema de Brasília e Alessandra Negrini foi escolhida melhor atriz.

 

Não é à toa que Cleópatra, Júlio César e Marco Antônio permaneçam no imaginário popular: Todos têm trajetórias fascinantes, que a cultura popular ajudou a perpetuar. Cleópatra, em especial, se tornou aquele personagem que de vez em quando fazem filmes e se Hollywood nunca “largou o osso” antes, não é agora que vão deixar a ideia de fazer mais um longa biográfico. Filme dela é mais certo do que filme do Batman. Só nos resta torcer para que pelo menos não façam uma milionésima adaptação da peça Antony and Cleopatra.