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Crítica: Transformers – O Início | A pá de terra final para terminar a cova de Michael Bay

Transformers: O Início é um filme que traz as complexidades por trás da origem da franquia e foge de conceitos simples que havíamos visto anteriormente com o EXPLOSIVO Michael Bay

Transformers é uma franquia que passou por diversos altos e baixos, mas é inevitável dizer que é extremamente bem sucedida. Tendo arrecadado bilhões com seus filmes, após o término do universo feito por Michael Bay, a Paramount se encontrou perdida no que fazer com esse universo. Tivemos Bumblebee que foi um bom reinício aos moldes clássicos dos personagens, após isso tivemos a trilogia de animações na Netflix e também um novo filme apresentando os Beast Wars que expande o mundo que já conhecemos.

Quando foi apresentado a ideia de um filme animado, muitos ficaram empolgados e ao mesmo tempo com receio. O projeto no final não traria os atores conhecidos pela dublagem, e tinha um rumo um tanto quanto infantil que era apresentado nos trailers. Só que, se temos uma grande surpresa esse ano, é Transformers: O Início.

Um mundo que se transforma constantemente

Arte Conceitual de Cybertron.

O projeto é dirigido por Josh Cooley, que já é um veterano nas animações tendo trabalhado na Pixar. E isso ajuda em muito a criar uma estética única para esse mundo que estamos conhecendo dos Autobots. O trabalho pode soar simples, mas não é, afinal de contas sempre somos apresentamos à Cybertron destruída pelas guerras e nunca em sua total potência.

Com isso, ele cria uma sociedade tecnológica que além de ser muito bem estruturado nos detalhes, também cria uma estética que traduz a ideia de ser um mundo de criaturas mecânicas. Desde informações simples como o fato deles não dormirem mas recarregarem suas baterias, ou de não saberem o que é uma planta ou materiais orgânicos.

Atenção aos detalhes tornam a experiência imersiva, o que ajuda também com uma mega produção que  você pode sentir nas animações dos personagens, iluminação, trilha sonora e outros elementos. Mesmo sendo uma animação, ela ainda transmite a sensação de um blockbuster. Só que para além disso, existe ali uma história que te cativa e mostra a origem do conflito que conhecemos hoje em dia desses personagens.

“Quando éramos irmãos”

Os quatro protagonistas de Transformers: O Início

Os principais personagens que acompanhamos no filme são Optimus Prime, Megatron, Bumblebee e Elita-1. Só que caso você não saiba, dois desses personagens tinham nomes diferentes em Cybertron. Megatron era chamado de D-16 e Optimus se chamava Orion Pax.

A relação desses dois personagens que antagonizam a trama que percorre Transformers sofreu alguns retcons durante o tempo. Anteriormente Optimus tinha sido pupilo de Megatron, mas atualmente a relação mudou para uma amizade que os dois tinham quando eram simples mineradores de Energon (a principal fonte de energia dos autobots).

E apesar de alienígenas, somos apresentamos há uma relação extremamente humana. Dois personagens que enxergam de formas diferentes os seus objetivos e o que fazer a partir de revelações que mudam suas vidas. Não se trata somente sobre uma escolha binária de bem ou mal, mas algo complexo e com motivações palpáveis.

O que era um medo das novas vozes, consegue dar um duplo carpado e fazer funcionar com Chris Heamsworth como Orion Pax e  Brian Tyree Henry como D-16. Temos também Scarlett Johansson como Elita-1 que funcina sendo um suplemento para os protagonistas e trazendo um protagonismo feminino que faltava para a franquia. E é claro (o meu favorito) Bumblebee com a voz do alucinado Keegan-Michael Key, que traz aquele tom leve que o personagem tinha antes da guerra de Cybertron.

O que acontece quando você descobre que tudo aquilo que acreditava era mentira? Essa pergunta percorre o filme e torna uma origem interessante e até mesmo necessária para desmistificar a ideia que  tínhamos sobre os projetos do Michael Bay. A guerra entre Decepticons e Autobots vai para além daquilo que sabemos, e enfim estamos descobrindo isso.