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Crítica: Morbius | A falha tentativa de replicar conceitos do gênero

Antes de Morbius, a Sony vem desenvolvendo seu próprio universo baseado nos personagens do Homem-Aranha. O surpreendente sucesso de Venom fez as expectativas do estúdio subirem, pensando até mesmo em acabar com seu contrato com o MCU. Após Venom: Tempo de Carnificina chegamos a  mais um passo dessa conturbada história.

Ainda teremos outros projetos como Madame Teia e Kraven, mas Morbius entra nesse meio após dois anos de adiamento, trazendo as principais falhas desse projeto desenvolvido pelo estúdio.

O filme conta a história de Michael Morbius, um cientista que possui uma rara doença sanguínea, contudo ao misturar seu DNA com o de morcego, ganha habilidades única e a cura para sua doença. Com isso entra a necessidade de ingerir sangue humano para se manter forte, e o conflito do filme se baseia nisso.

Nos trailers a expectativa criada era que a Sony iria desenvolver uma abordagem diferente para o conceito de vampiro, e de fato isso ocorreu de certa forma. As habilidades criadas utilizando um efeito de fumaça é bem feito e chega até mesmo a surpreender em alguns momentos junto com algumas cenas de ação pontuais.

O próprio Jared Leto busca se esforçar e entregar um personagem que entregue um carisma e identidade, sua atuação não é surpreendente mas serve para o propósito de uma história de origem. E dentre esses elogios, vale alguns méritos para Daniel Espinoza que tenta criar uma tensão de terror com a limitação de um filme com faixa etária de 13 anos. E bem, os elogios acabam aqui.

Ao assistir o filme, você sente a sensação de que tem peças faltando nessa história. Cenas que foram cortadas, momentos que estão fora de tela e personagens que estão sem propósito. Durante esses dois anos, muito do filme pode ter mudado, mas a entrega final resultou em um caos criativo.

Toda a narrativa em volta do protagonista é vazia e abusa dos mais diversos clichês do gênero de herói e vampiros. O filme busca de uma maneira fracassada inspirações a Hulk e Nosferatu (1922) que acabam se tornando somente direções que foram seguidas ao contrário. Qualquer dilema ou propósito que poderia ser desenvolvido é vazio, sem sentido e faz você simplesmente querer pular as partes de diálogo e não entender o que acontece.

O vilão trazido por Matt Smith pode ser considerada a bizarra e caricata visão do seu personagem em Doctor Who, que traz algo que beira o ridículo e permanece nisso durante todo o filme. Ao lado dele temos  Tyrese Gibson que ele está ali… porque é o único policial de Nova York, um personagem sem propósito, sentido ou significado que caso tivesse sido descartado do roteiro, poucos notariam a falta.

Os demais personagens interpretados por Jared Harris e Adria Arjona são o único ponto de vista humano que temos no enredo, o que poderia servir como uma âncora, mas acaba se tornando mais um peso para ser carregado durante o filme.

Voltando para sua versão dos quadrinhos, o personagem nunca teve muito destaque na Marvel Comics, mas trazia o tom clássico de terror que a editora utilizava em alguns dos seus títulos. Por mais que tudo em volta do personagem seja de conceitos clichês, a possibilidade de criar uma boa história nos cinemas existia, onde já havíamos vistos outros filmes de terror trazer em uma boa forma.

No final, o filme parece sequer ser um projeto concluído, faltando partes e pedaços que ajudariam a contar essa história. Morbius é a epitome do que pode ser considerado um projeto fracassado, que se rodeia de bons profissionais, mas possui uma base fraca baseada somente no “sucesso lucrativo”.

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