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Crítica: Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa | Uma homenagem ao legado do herói

Desde Vingadores: Ultimato não tínhamos um filme tão aguardado com expectativas tão grandes, e Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa conseguiu ultrapassar isso em tempos de pandemia. O filme que traz Peter Parker (Tom Holland), ao lado de MJ (Zendaya) e Ned (Jacob Batalon) tendo que lidar com a identidade do Peter sendo revelada pelo mistério e agora tendo suas vidas bagunçadas. Com toda sua vida bagunçada, Peter recorre ao Doutor Estranho (Benedict Cumberbatch) para apagar a memória de todos, contudo algo dá muito errado.

Quando ouvíamos rumores sobre o filme, muito se especulava não sobre os personagens presentes no filme, mas como funcionaria na prática. Trazendo o retorno de diversos vilões, junto com a trama da identidade do Homem-Aranha, seria muito para se resolver. Entretanto é interessante notar como o Jon Watts se difere aqui dos filmes anteriores.

Com maestria o diretor consegue estabelecer a trama nos dez primeiros minutos do filme. O primeiro ato se assemelha aos seus outros filmes trazendo um humor “escolar” e típico do diretor. A partir para o segundo ato parece não estarmos vendo o mesmo diretor. Após isso o filme se desenrola de maneira natural e tensa, onde ele se difere dos filmes anteriores ao colocar peso na trama e não retirar até os créditos finais.

Ao olhar para partes técnicas, se compararmos com Eternos que é do mesmo ano, o filme é fraco e simplista ao máximo com uma fotografia padronizada pelo MCU. Em alguns pequenos momentos vemos a fotografia e coreografias de luta se destacando e realmente elevando a qualidade do filme, mas como um todo acaba deixando a desejar.

O retorno dos diversos atores para o filme era aguardado, mas ao vermos funcionado em prática fica claro que a Sony em parceria com a Marvel se esforçou para fazer algo coeso. Cada personagem ali de certa maneira tem um propósito que precisa alcançar, e ao vermos isso funcionando a narrativa do filme não se perde mas se encontra. Atores como Alfred Molina e Jamie Foxx mantém todo o peso emocional de cada um dos seus personagens, mas os méritos ficam para William Dafoe que se destaca entre todos no filme.

O roteiro pode acabar sendo o ponto de divisão entre os fãs, onde temos certa incoerências e facilidades sendo introduzidas para o desenrolar do filme, contudo ao olhar o projeto como um todo existe um certo sentido. Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa não é somente um filme sobre a versão do aranha no MCU, mas também uma homenagem ao personagem que está a cerca de 20 anos no cinema. As referências e homenagens prestadas pelo filme demonstram que no final a intenção do filme é funcionar como um evento comemorativo para o personagem.

E o mérito da produção está em não somente deixar o filme como uma obra comemorativa, mas também desenvolver o Homem-Aranha do Tom Holland, dando peso emocional e uma clara evolução que se mantém até o final do filme. Em meio a homenagens e referências, muitos acharam que o ator ficaria perdido em meio a isso, mas pelo contrário ele é capaz de se manter firme entregando a sua melhor atuação no MCU.

Os personagens secundários como MJ e Ned permanecem tendo o papel de suporte que funciona em alguns momentos e falha em outros, enquanto o Doutor Estranho é o atalho para o roteiro. Como um todo esse filme se equipara com Ultimato ao ser um grande evento, onde gritamos, nos emocionamos e ao final vemos que um futuro com potencial aguarda o Tom Holland para uma nova trilogia.