Haunt, ou traduzido para A Casa do Terror no Brasil (que falta criatividade na hora de traduzir, já que temos diversos outros filmes de terror com este título aqui), é um filme de terror lançado em 2019 nos EUA que chegou para nós agora em Outubro de 2020, direto para a plataforma de Streaming Amazon Prime Video.
A Trama
Dirigido pela dupla Scott Beck e Bryan Woods o longa é um slasher típico, parecido com aqueles famosos dos anos 90 que a gente adora até hoje. A premissa é simples, um grupo de jovens (pra variar né) decide se aventurar em uma casa de horrores (uma espécie de Trem Fantasma), para tomar uns sustos e se divertir na noite mais sombria do ano.
Obviamente a diversão dá errado, e eles passam a ser perseguidos por assassinos mascarados dentro da casa, e tudo que parecia ser encenação obviamente não era. As mortes e todo o perigo que até então parecia ser brincadeira, é real.
Já vimos essa história em diversos outros filmes do gênero. Mas acho que A Casa do Terror possui um charme próprio que o diferencia de outros longas do mesmo estilo, além de se passar no Halloween que é uma data propícia para a história apresentada. Apesar de possuir personagens caricatas, o elenco é simpático e dá conta do recado.
O Elenco e as Atuações
Não veremos nenhuma grande atuação vinda do elenco jovem, mas também nada que comprometa. A protagonista possui uma camada bacana, vindo de um trauma de infância que é abordado na medida certa.
Eu particularmente gostei dela, apesar de ter demorado um pouco para criar empatia com sua história. Não é culpa da atriz, mas talvez da personagem que demora a demonstrar carisma justamente por causa do trauma que a torna mais “fechada” por assim dizer.
O trabalho da atriz Katie Stevens como Harper é bem notável. Ela possui camadas e a atriz consegue dar conta do recado, de início parecendo apática e acoada, mas conseguindo te fazer torcer por ela até o final.
Seu companheiro de cena, o ator Will Brittain também possue bom desempenho, nada memorável mas é uma figura carismática e simpática que forma um bom par com Harper, sem precisar necessariamente apelar para o romance. A verdade é que a dupla funciona bem em tela.
Execução do Roteiro
A premissa como eu já citei é simples mas prende atenção do expectador e usa bastante dos clichês do gênero. As mortes são bacanas, não há grandes cenas de perseguição mas as que tem são boas, e conseguem te deixar tenso.
A tensão acontece do segundo ato até o final, e isso é um ponto positivo demais em um longa de terror. Gosto da surpresa, do susto e do frio na barriga de torcer por alguém que está fugindo de um assassino.
E isso tem de sobra aqui. Vários momentos cheios de suspense onde a aflição toma conta do expectador por não saber se o assassino pegará a vítima, ou quando isso irá acontecer, já que em alguns casos a morte é inevitável para as personagens nestas situações.
Fotografia e Ambientação
A fotografia e ambientação macabra ornam muito bem com o roteiro, que é claramente um slasher jovial que não tem a pretensão de ser uma obra de arte. Gosto do uso das cores frias em determinadas locações e cores quentes em outras, dependendo muito do vilão e fantasia que está em cena.
Acredito que o design de produção da obra colaborou muito para o clima de suspense sempre presente na trama. Apesar de alguns deslizes de roteiro e direção, clichês usuais e burrice de algumas personagens o saldo final é muito mais positivo do que negativo.
O sangue em tela é bem positivo, e o modo como o diretor filma algumas mortes as tornando o mais gráficas possíveis também é bem-vindo, em tempos onde o psicológico conta mais que a violência explícita no terror. Algumas vezes soa desnecessário, é verdade, mas garante boa diversão dentro deste subgênero que promete exatamente isso.
O Final
Alguns erros grotescos do filme, além de exagerar em atitudes burras das personagens que se tornam intoleráveis de tão estúpidas, incluem descartar a personagem Mallory cedo demais e tentar tornar o agressor de Harper em uma espécie de herói no ato final, deixando toda a crítica sobre relacionamento abusivo construída até ali, totalmente inválida.
E o final tentando fugir do óbvio mas tornando possível o desejo de vingança que o expectador sente desde o início, consegue ser satisfatório apesar de um tanto abrupto e corrido. Podiam ter trabalhado um tanto mais o final, já que o início vai direto ao ponto e isso não podemos reclamar.
Eu particularmente gostei do filme, ele me lembrou aqueles clássicos que eu amo como “Lenda Urbana”, “Eu Ainda Sei o Que Vocês Fizeram no Verão Passado” e “O Dia do Terror”. Como já disse o saldo final é positivo e conseguiu me garantir boa diversão despretensiosa para um Sábado á noite em casa.
Mesclando momentos de diversão e horror, o longa tenta chocar sempre que pode com a violência exposta, mas também deixa você tenso por explorar bem seus cenários e vilões em momentos de suspense. Inclusive a caracterização dos assassinos é notável, maquiagem realmente muito bem feita que os tornam assustadores.
No elenco ainda temos Lauryn McClain, Andrew Caldwell, Shazi Raja e Schuyler Helford. E o filme se encontra disponível no Amazon Prime Video, inclusive ficando como minha dica para assistir no Halloween desta noite de Sábado.
Pega a pipoca, acessa a Amazon e divirta-se.