Atenção: Spoilers do Episódio 1 e 2
A série Superman e Lois estreou e foi uma grata surpresa para a crítica e público, trazendo mais uma nova abordagem para o homem de aço. Muitos tinham receio pois as produções anteriores da CW, eram prejudicadas pelo seu baixo orçamento e o “vilão da semana”. Mas alguns pontos desses primeiros dois episódios, e da produção da série em geral pode nos dar esperança para uma mudança nas séries da CW.
A série traz os personagens Superman e Lois Lane tendo que lidar com seus filhos Jonathan e Jordan. Jordan enfrenta problemas com ansiedade e uma mudança constante em seu comportamento que o impede de ter uma vida social saudável. Enquanto Jon de certa maneira é o filho perfeito e compreensível, que é o melhor na escola e na sua vida social. A vida desses dois personagens muda quando Martha, a mãe do Superman morre e eles decidem voltar para Smallvile.
Jon tem que lidar com o fato que seu irmão despertou poderes e ele não, além de lidar com o bullying constante na escola. E Jordan precisa lidar com seus poderes, seus sentimentos e também em como lidar com esses poderes. Enquanto Superman e Lois também tem problemas para resolver, Clark sendo demitido do Planeta Diário que está sobre um novo comando, tem que saber conciliar a vida do Superman, com a de pai. E Lois precisa enfrentar a realidade da mídia atual, e talvez buscar alguma verdade sobre isso tudo e sua carreira.
O ponto alto da série até o momento foi em como os conflitos dos personagens e da família são estabelecidos, e o desenvolvimento dessa narrativa se tem de forma muito natural e coesa. E para os fãs do Superman, trazer o dilema de que ele não consegue resolver tudo com seus poderes, mostra o verdadeiro potencial narrativo do herói.
Outro ponto a comentar também é que a HBO Max, o novo serviço da Warner Media contribui para o investimento da série, onde fica claro uma melhora na fotografia e efeitos especiais da série. Os efeitos ainda possuem limitações por ser uma série de TV, entretanto os combates trazem impacto, mostram o poder e criatividade nos combates do herói e contribuem para você não desprender da narrativa.
O Superman sem dúvida é um personagem que merece reconhecimento, e suas histórias não se limitam somente a um homem super poderoso, mas em questões pessoais de sua vida terrestre e seu sangue kryptoniano. A mitologia do herói é apresentada de forma coesa e sublime, fazendo referencia direta aos quadrinhos e apresentando novos dilemas, como a perda de Martha Kent que é o maior símbolo moral do herói.
Os atores conseguem surpreender e entregar atuações que fazem a narrativa ser mais impactante e também plausível. O ator Tyler Hoechlin (Teen Wolf) que sofreu muito com críticas devido a sua reencarnação do Superman, entrega um personagem humano e com o carisma e dúvidas que o herói necessita.
A série até os dois primeiros episódios está apresentando uma narrativa constante sem necessitar do “vilão da semana”, onde até o momento temos a apresentação de um Lex Luthor de outra terra que provavelmente foi destruída durante a crise e ele de alguma forma sobreviveu. Em sua terra ele era um militar que estava em um exército para combater um Superman maligno, então na terra principal ele busca destruir o herói e mostrar sua verdadeira identidade. O vilão por mais que tenha partes genéricas, tem potencial para que consiga sustentar uma temporada sem a necessidade dos clichês das outras produções da CW, e talvez tenhamos a participação de outros personagens no decorrer da série.
Como um todo, a série apresenta um potencial que não era visto a um bom tempo na CW, onde talvez com o sucesso de audiência, a HBO Max continue investido em suas produções e tenhamos séries cada vez mais melhores de qualidade de efeitos especiais, roteiros e muito mais. Superman e Lois traz o essencial do herói e os personagens que orbitam em sua volta, além de abordar novos elementos que colocam em xeque quem é o Superman.