Written by 14:59 Criticas, Destaque, Filmes | Criticas

Crítica: Pânico 6 | Quando nem mesmo a metalinguagem é o suficiente

Pânico é conhecido por justamente quebrar os clichês e explorar os conceitos do terror “slasher”. No primeiro filme já vemos isso, e acompanhamos a temática durante toda a franquia. Através dos conceitos do gênero, a franquia foi capaz de explorar os maneirismos de cada geração, e sem dúvida a franquia foi além disso, criando um personagem emblemático do cinema.

Quando chegamos no quinto filme da franquia, vemos em como eles desenvolvem o tema da nostalgia no enredo. A ideia de trazer os personagens de volta, e também um estudo em cima desse apego à fantasia surreal. Trazendo a franquia de volta, foi possível imaginar que agora eles iriam abordar novos conceitos por trás do Ghostface. Infelizmente sempre existe problemas, e nem toda franquia sobrevive a eles.

O novo Ghostface de Pânico 6.

Em Pânico 6 acompanhamos novamente Tara (Jenna Ortega) e Sam (Melissa Barrera) Carpenter que agora tentam esquecer os eventos do filme passado se mudando para Nova York. O problema está quando um novo Ghostface surge, e com isso trazendo de volta também personagens antigos como Kirby Reed (Hayden Panettiere).

Uma confusa narrativa em meio à assassinatos

O filme, como ele mesmo diz, se propõe a ser maior porque afinal agora estamos em uma franquia. Usando como plano de fundo uma metrópole, sentimos que agora o perigo será diferente, espalhado por todos os lugares. A proposta funciona, e consegue trazer o terror do assassino de uma maneira da qual sentimos a ameaça presente à todo momento, em cada beco.

Os diretores Tyler Gillett e Matt Bettinelli-Olpin retornam, contudo não arriscam em sua direção. Vemos tudo aquilo que funcionou no filme anterior, não indo além disso. Já diferente de Uma Noite de Crime por exemplo, aqui temos um mal aproveitamento do ambiente maior.

Entretanto no final, o real peso recai sobre o roteiro. Sendo escrito por James Vanderbilt e Guy Busick, não vemos a essência principal da franquia, e sequer algo novo. Tentando explorar alguns dilemas da juventude atual envolvendo a cultura do cancelamento. Desse modo ele não consegue ir além da superfície, fracassando ao trazer um subtexto maior.

E apesar do suspense bem conduzido, e uma construção de narrativa que nos remete aos filmes anteriores, há um desgaste de ideias aqui. Pânico cria uma limitação em si próprio, ficando preso em erros do passado e se rendendo aos clichês que sua metalinguagem critica.