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Crítica: Pânico | O clássico do Slasher retorna de forma criativa e apresentando potencial para o futuro

Pânico é sem sombra de dúvidas um dos maiores clássicos e fundadores do gênero Slasher nos cinemas. Tendo sido criado pelo visionário Wes Craven que faleceu em 2015, o filme estabeleceu muitos elementos do terror.

No novo filme temos o retorno do Ghostface causando um novo massacra na cidade de Woodsboro. Temos então o retorno de personagens clássicos da franquia e também um novo mistério que assola a cidade e um grupo de adolescentes.

Um dos grandes trunfos de Pânico era como ele usava do conhecimento de terror para criar uma narrativa e ao mesmo tempo desenvolver sua metalinguagem. No filme original temos toda essa dinâmica ao brincar com clichês da épocas e usar disso para construir uma nova narrativa ao público.

Nessa nova sequência esse elemento permanece de maneira muito forte e agora adaptada para os dias atuais. Sendo o ponto onde os antecessores fracassaram esse novo filme consegue desenvolver sua metalinguagem dentro e fora do gênero de terror. E também é digno de nota devido ao modo como criticam a própria franquia e usam dessa ferramenta de roteiro para homenagear toda suas história.

A direção desse novo filme a primeira vista parece usar do que já foi feito para estabelecer o público aos elementos e conceitos do universo, mas a situação acaba sendo revertida quando usam disso para brincar com a condução do filme e também o seu terror. Desde a sua fotografia, até seu design de produção se remetem ao Pânico original mas sempre trazendo alguns elementos novos.

O roteiro adota um humor ácido que busca dentro de si ferramentas e pontos do qual ele pode usar para contextualizar o plot final do filme, ao mesmo tempo que satiriza boa parte de Hollywood e homenageia o terror preenchendo ele de referências. Tendo alguns momentos que claramente parecem ter somente um propósito expositivo de explicar algo, ao estarmos imersos no filme acabamos aceitando isso como mais uma parte dessa franquia, como algo que agora é natural dela.

Os personagens novos servem ao seu propósito narrativo, cada um com sua persona única dos filmes de terror, enquanto a protagonista Sam Carpenter (Melissa Barrera) junto com sua irmã Tara (Jenna Ortega) conseguem sustentar toda a trama do filme. Os personagens clássicos como Dewey (David Arquette) tem um aprofundamento da sua história, mas ao comparar com Sidney (Neve Campbell) e Gale (Courteney Cox), vemos que alguns só estão ali para preencher uma necessidade do roteiro.

A história e narrativa que escolhem contar não é de certa forma “nova” ou “original”, mas é exatamente esse o tema que decidem abordar. Entregando um filme que novamente chega para utilizar de todos os elementos estabelecidos pelo terror para contar uma história, temos aqui a ressurreição da franquia e também uma bela homenagem a lenda Wes Craven.