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Crítica: Homem-Formiga e a Vespa – Quantumania | Uma nova fase com os mesmos erros

Homem-Formiga: Quantumania é o primeiro filme da nova fase da Marvel. Nela teremos a sequência de eventos que antecedem as Guerras Secretas. E apesar do personagem ser relativamente raso, os fãs ainda o apoiam. Indo além disso, ele possui grande potencial para desenvolver histórias interessantes. Desde os quadrinhos temos as mais diferentes histórias com o personagem, mas infelizmente não vemos isso aqui.

No filme vemos Scott Lang após os eventos de Ultimato. Sua vida caminha muito bem, se tornando uma pessoa famosa pelos seus atos, mas sua família ainda lida com as dificuldades dos cinco anos ausentes pelo “blip”. E durante um experimento que acaba dando errado, eles vão para o reino quântico onde precisarão enfrentar Kang e seus aliados para fugir.

Pequeno em Tamanho e Carisma

Scott e Cassie Lang.

Apesar das falhas dos filmes anteriores, havia algo que se mantinha, os personagens. As interações entre eles que fugiam daquele padrão Marvel era cativante. Tínhamos de fato uma interação cômica e natural entre os personagens, mas parece que isso se perde aqui. Os personagens se distanciam e suas relações se tornam artificiais.

Um bom exemplo disso é o Hank Pym (Michael Douglas) que é jogado para escanteio. Um dos pontos de desenvolvimento do filme são as relações familiares. E de fato isso poderia ser bem explorado, levando até mesmo em consideração o plano de fundo da pandemia. O problema está na ausência de desenvolvimento, e quando ele acontece, se torna irrelevante com o contexto geral do filme.

E quando vamos para a dupla principal que é o Scott Lang (Paul Rudd) e sua filha Cassie (Kathryn Newton), parece que o próprio filme não quer desenvolver sua história. Com pressa de se resolver, não temos tempo para entender as motivações e problemas de cada. O dilema do Scott sobre ter ficado ausente nos cinco anos do “blip” parece ser resolvido somente com um abraço entre os dois.

E em meio há tudo isso, temos ainda o Kang. Devido ao Jonathan Majors temos uma presença forte e que consegue se destacar. Seu personagem possui profundidade e consolida uma grande ameaça. Contudo é aqui que entramos em um dos problemas do filme, que ao salvar o futuro do MCU, ele sacrifica o seu presente.

Quando ser alto demais não é o suficiente

Scott Lang e Kang juntos em Homem-Formiga: Quantumania

Comparado com os dois filmes anteriores, Homem-Formiga: Quantumania possui uma escala muito maior. Agora o filme não apresenta somente novos conceitos para o MCU, mas também desenvolve todo um novo universo. E nesse desenvolvimento para apresentar o Reino Quântico, ele sacrifica algo, que é a sua história.

Temos um universo gigantesco, com as mais diversas criaturas e possibilidades. Somos apresentados a diferentes personagens e também possibilidades. O problema é que tudo fica na casa da “possibilidade”. Temos aqui um bom vilão, mas que precisa ser desenvolvido para projetos futuros, logo a Marvel opta por destacar mais o seu vilão do que a história que deseja contar.

Isso entra em conflito direto com o que o diretor Peyton Reed pensa em propor na sua história. Temos um enredo que não sabe ao certo o que deseja ser. E apesar dos cenários cativantes que temos no Reino Quântico, se torna irrelevante e vazio por não sabermos o que de fato aquilo é ou se propõe.

Apesar de estarmos há anos com o MCU, parece que determinados erros ainda existem. Ainda existe muitos acertos, contudo quando vamos para as grandes telas, as correntes do universo compartilhado ainda estão lá. Nos resta agora esperar o que virá a seguir, já com o sentimento de que existe algo de errado no grande mundo de Kevin Feige.