Written by 11:37 Criticas, Séries | Criticas

Crítica: Cavaleiro da Lua | Uma série que tenta encontrar sua própria personalidade

Cavaleiro da Lua era uma das séries já anunciadas pela Marvel, que devido a pandemia sofreu com os adiamentos. O personagem em si já não possui um peso tão grande para a comunidade, sendo desconhecido pela maioria do público geral o que ocasionou no fato de Kevin Feige arriscar e desenvolver o personagem. Outro ponto também é a expansão do universo místico, porque outros projetos como Blade e até mesmo Doutor Estranho 2 buscam expandir essas ideias. O fato é que Cavaleiro da Lua no meio de todo o caos que está ocorrendo no MCU e seu multiverso, ele tenta encontrar sua própria identidade.

A série acompanha Steven Grant (Oscar Issac) que de repente percebe que sua vida não é o que parece. Dividindo sua mente com outra personalidade, Marc Spector (também Oscar Issac), Steven irá descobrir os segredos de deuses antigos do Egito ao lado de Layla (May Calamawy) que irá te ajudar nessa jornada para enfrentar Arthur Harrow (Ethan Hawke).

Uma jornada de descoberta

Oscar Issac surtando em Cavaleiro da Lua

Um dos principais pontos da narrativa de Cavaleiro da Lua, é que a sua jornada é de certa maneira uma descoberta sobre quem é Marc Spector. E de fato essa jornada ocorre, o roteiro de  Jeremy Slater (The Umbrella Academy) e Beau DeMayo (The Witcher) consegue desenvolver uma jornada comovente e tocante sobre traumas e uma reconciliação com o passado.

Ao olhar mais de perto, podemos perceber em como o MCU evoluiu, trazendo uma origem de herói com mais peso emocional do que qualquer outra já vista anteriormente. Junto com isso temos uma atuação incrível do ator Oscar Issac que se entrega totalmente o papel e em diversos momentos carrega a série nas costas.

Contudo ao olhar em volta do que compõe essa jornada, vemos que nenhuma outra narrativa consegue se manter tão bem como a do protagonista.

Falhas que vão além do herói

Arthur Harrow, vilão de Cavaleiro da Lua interpretado por Ethan Hawke.

Por mais que a jornada do protagonista seja o ponto mais alto da série, a narrativa em volta dele não é. A Layla que serve como um bom exemplo, possui um desenvolvimento durante a série mas que parece não ter uma solução para a sua jornada. E  já o vilão interpretado pelo Ethan Hawke serve muito mais como uma ferramenta narrativa do que como um contraponto do protagonista.

O universo estabelecido funciona, apresentando a cultura egípcia e também expandindo o panteão de possibilidades do MCU, mas não consegue se sustentar na ausência do seu protagonista. Em diversos momentos quando estamos sem o Marc, é possível ver que a série não consegue saber muito bem para onde vai ou como fica.

Uma produção entre falhas e sucessos

A série em si sem dúvida teve que lidar com os problemas de adiamentos e entre outros fatores que afetaram diversas produções, mas com isso eles talvez poderiam aproveitar o tempo para melhorarem algumas partes da série em si.

Os efeitos especiais não mantém uma qualidade constante, e em alguns momentos nós temos momentos bons e em outros nem tanto. A própria direção feita pelo Mohamed Diab não apresenta uma constante e em diversos momentos parece não se encaixar muito bem com a proposta que está sendo conduzida ali. Já em paralelo a isso temos um aprofundamento na cultura egípcia fugindo dos cenários cotidianos do Estados Unidos e possuímos uma excelente fotografia que impressiona em diversos momentos.

Não há muitas cenas de luta dignas de nota, mas as que surgem em destaque conseguem até mesmo surpreender pela sua qualidade e também método de gravação. E de fato a produção busca muita inspiração em outras obras como Indiana Jones e atém mesmo um pouco de Clube da Luta. Na realidade boa parte da série se inspira na fase dos quadrinhos escrita pelo autor Jeff Lemire, que explora mais da psique do personagem, contudo diferente do material original, a série não cria uma dúvida sobre o que é real ou não, e isso poderia ser uma ferramenta que iria diferir ela dos demais projetos da Marvel.

 

Cavaleiro da Lua é uma série inconstante, que se mantém graças ao desempenho do Oscar Issac no papel, mas sem ele acaba se perdendo ao tentar encontrar uma personalidade própria. Entre erros e acertos a série abre portas para uma possível nova temporada e também agora para a expansão do universo místico já conhecido no MCU.

Acompanhe o nosso conteúdo no YouTube e também no Instagram. E caso queira mais novidades da cultura pop, considere entrar em nosso grupo do Telegram para não perder nenhuma novidade!