Resident Evil é uma das franquias de maior sucesso do mundo dos games e isso é um fato. Com o passar dos anos a franquia buscou explorar os mais diversos territórios com o gênero zumbi, até a sua estagnação. Após os evento de Resident Evil 6, a franquia se encontrou em uma forte estagnação. Os jogos se encontravam todos fora de cronologia, sem ter um rumo e repetindo a jogabilidade dos outros jogos. E então em 2017 tivemos uma jogada arriscada chamada Resident Evil 7.
A Capcom decidiu trazer Keisuke Yamakawa, o responsável por Resident Evil 2 e Revelations para desenvolver essa nova história. O jogo então começou a tomar uma forma fora dos padrões da franquia, tendo uma visão em primeira pessoa, com personagens totalmente novos. Ambientado em um clima totalmente de terror, muitos ficaram confusos quando o primeiro teaser do jogo saiu, e isso levantou um ar de curiosidade no mundo dos games.
Anteriormente tivemos o P.T, que foi uma demo lançada em 2014 mostrando uma prévia do que seria o novo Silent Hill produzido por Hideo Kojima. A Konami infelizmente cancelou o jogo e Kojima saiu da empresa, mas foi inegável o impacto daquela demo, que repercute até hoje com mistérios e inspirações. Resident Evil 7 se alimentou de alguns elementos, mas de uma forma diferente, porque dessa vez você teria como revidar.
O jogo foi lançado e a estranheza permaneceu, contudo Resident Evil 7 foi bem recebido pela crítica e público, recebendo 87 no MetaCritic. E ainda houve aqueles que estranharam a mudança, afirmando não ser um Resident Evil de fato e outros que abraçaram a ideia e sentiram de fato um novo rumo sendo tomado na franquia. E nesse jogo as conexões com o resto do universo é pequena, tendo a participaçao de Chris Redfield no final do jogo e em uma DLC.
Após o sucesso de Resident Evil 2, a Capcom decidiu pensar em uma forma de agradar aqueles que queriam as mecânicas dos jogos anteriores. Os Remakes foram a saída perfeita para o estúdio que ao fazer isso poderia agradar os dois mundos e manter o enredo das franquias vivas. E então chegamos ao oitavo jogo da franquia onde continuamos acompanhando as aventuras de Ethan Winters.
Cerca de um ano atrás foi anunciado Resident Evil: Village, que trouxe com os trailers o retorno do conhecido Chris Redfield e a encantadora Lady Dimitrescu. Com a apresentação de mecânicas de caça, lobisomens zumbis e um ambiente medieval, os fãs não sabiam o que esperar.
Então o jogo enfim saiu, mantendo a nota de seu antecessor no Metacritic com 85. Os fãs saudosistas mantiveram sua opinião sobre as mudanças e que elas somente prejudicavam a franquia, e outros gostaram das mudanças e ambiente. No mercado japonês o jogo teve uma das piores primeiras semanas de vendas da franquia, mas em todo o mundo o jogo já passou 3 milhões de unidades vendidas.
E a questão principal foi que com a mudança, veio o risco, mas também a oportunidade de inovar e reinventar a franquia. Em Resident Evil: Village nós vemos tudo de melhor que Resident Evil 4 tinha, com uma temática medieval europeia e vilões que pareciam ter saído direto de um livro bizarro de fantasia. Ao mesmo tempo durante o jogo temos diversas conexões com o universo da franquia, além de termos Chris Redfield ativo e de volta ao jogo.
Talvez o marketing com foco na Dimitrescu tenha afetado o jogo, contudo a personagem e o jogo como um todo entrega não somente uma, mas diversas experiências diferentes. Cada oponente tendo que ser enfrentado de maneira inventiva e com o que seria o mais próximo de um mundo aberto na franquia. A história termina deixando as portas abertas para um futuro que pode voltar as origens da franquia ou se arriscar ainda mais.
Como um todo a Capcom conseguiu o meio termo de agradar o antigo e trazer o novo, e por mais que tenha falhas, a jornada permanece. Temos agora uma franquia com potencial, e que se mostrou capaz de trazer o peso necessário. Ethan Winters abriu as portas para o renascimento da franquia Resident Evil.