O lançamento do último filme da Saga Crepúsculo completa 10 anos em 2022. “Amanhecer, Parte II” (2012) foi a conclusão do fenômeno (de qualidade altamente duvidosa) que tomou conta das bilheterias e, antes disso, das livrarias por todo o mundo.
Em vez de tomar o caminho mais fácil, e simplesmente detonar todos os inúmeros defeitos da saga, o Nerd Zoom vai aproveitar a data para exaltar o que essas produções nos ofereceram de bom (eu sei, foi muito pouco, mas esse “muito pouco” rendeu ótimos frutos para a indústria do cinema), estamos falando de Kirsten Stewart e Robert Pattinson.
Nesse artigo nós vamos discutir a incrível evolução dos dois atores após a hypada saga de vampiros bioluminescentes.

Não julgue um livro pela capa
Antes de encarnar o caricato e brilhante (no sentido luminoso da coisa) vampiro Edward na saga de filmes baseada na obra de Stephenie Meyer, Robert Pattinson participou de algumas produções mais modestas na TV, tendo sua primeira aparição de mãos destaque em Harry Potter e o Cálice de Fogo (2005), interpretando o bruxo Cedrico Diggory.
O sucesso estrondoso do primeiro filme sobre o grupo de vampiros esquisitões (e bastante forçados) foi um sucesso estrondoso, o que projetou a imagem do trio principal. Entre um filme e outro da saga crepúsculo, Pattinson atuou em filmes fora do grande circuito como, “Remember Me” (2010), “Water for Elephants” (2011) e “Cosmopolis” (2012), nos quais teve atuações bastante elogiadas pela crítica especializada. Cosmopolis, inclusive, concorreu à Palma de Ouro no Festival de Cannes daquele ano.
Em 2014 ele estrela o Western futurista “Rover” e mais uma vez tem seu desempenho bastante elogiado. Depois disso, mais uma vez ele volta a trabalhar com David Cronenberg em “Map to the Stars”. Em 2015 ele participa do filme biográfico e Gertrude Bell, dividindo a tela com Nicole Kidman e James Franco. Sua química com Nicole Kidman é considerada um dos pontos altos da obra, além de evidenciar a maturidade do ator, que já se mostrava capaz de contracenar em alto nível com grandes nomes do cinema mundial.
Na adaptação de “The lost city of Z”, o ator muda radicalmente sua aparência, cultivando uma espessa e desgrenhada barba e perdendo 35 kilos para viver Henry Costin, um explorador britânico. Neste momento, Robert Pattinson passa a ser considerado um dos mais importantes e interessantes nomes de sua geração.

É interessante observar que mesmo em produções que dividiram a crítica, Pattinson é sempre apontado como dono de performances excelentes, esse é outro indicativo de que se trata de um grande ator.
Em 2022, o artista estrelou The Batman, uma versão da história do homem morcego, que se volta muito mais para questões internas e, tem um tom um pouco mais reflexivo, embora a ação e os momentos “super herói” existam e também
Diferentemente de Pattinson, que entrou no mundo artístico inicialmente como modelo, Kristen Stewart foi descoberta por um agente aos 7 anos de idade, durante uma peça de natal da escola.
Seu primeiro papel foi uma ponta numa produção do Disney Channel.
A atriz participou de alguns filmes ainda na infância. O mais icônico desse período foi “Quarto do pânico” (2002), ao lado de Jodie Foster e “A Garganta do Diabo” (2003) com Dennis Quaid e Sharon Stone. Seu primeiro papel como protagonista foi ainda aos 14 anos em “Ninguém segura essas crianças” (2004), e o segundo, no filme para televisão “O Silêncio de Melinda” (2004). Por essa atuação, Kristen recebeu vários elogios da crítica por, segundo veículos especializados, ter entregado uma atuação muito consistente e capaz de representar toda a dor angústia da personagem.
Já no período da Saga Crepúsculo, Stewart agradou com sua atuação no drama-comédia “Férias frustradas de verão” (2009).
Pelo filme “Corações Perdidos” (2010) ela foi premiada com o BFTA de “Estrela em ascenção”. Seu próximo trabalho, um dos mais elogiados e interessantes de sua carreira, foi dando vida à Joan Jett, estrela da banda The Runaways, em filme homônimo (também de 2010). Em 2012 chegou aos cinemas o “pipocão” “Branca de Neve e o Caçador”, no qual a atriz divide a cena com Chris Hemsworth e Sam Claflin. No ano de 2012, Kristen foi a atriz mais bem paga de Hollywood, levando US$ 34,5 milhões (e sim, foi bem menos do que o ator masculino que mais faturou no mesmo ano. Nem me venha com o seu papinho de “lacração” porque estamos apenas expondo a triste realidade).

Em “Para sempre Alice” (2014), a atriz teve mais uma atuação marcante, ao lado de Julianne Moore. O drama teve sua estreia mundial no Festival de Toronto, e foi muito bem recebido pela crítica. Em 2015, por seu histórico de boas atuações, Stewart foi escolhida por Wood Allen para protagonizar o longa “Café Society”
Em 2019 a atriz volta ao circuito Mainstream com o reboot de “As Panteras” e em 2020 foi escalada para viver a princesa Diana, no filme “Spencer” dirigido por Pablo Larraín.
Embora a atuação de Kristen Stewart nos filmes da Saga Crepúsculo seja morna e beire o “pastelão”, muito disso se deve à vibe do filme, que como um todo não inspira nem abre espaço para grandes atuações.
Tanto no caso de Pattinson, quanto de Stewart, podemos observar carreiras sólidas, construídas em grande no circuito independente, com boas escolhas e boas decisões para suas carreiras. Embora alguns critiquem atores que participam, no início de suas trajetórias, de produções de baixa qualidade, é interessante observar que, em muitos casos, esses filmes dão a oportunidade a atores iniciantes ou não tão conhecidos, de se projetarem para o grande público à partir disso cavar mais oportunidades na indústria.