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Crítica: The Bear 4ª Temporada | O tempo está acabando e o caos não pode vencer

The Bear estreou sua quarta temporada trazendo novos problemas: Como lidar com um restaurante para além do caos?

The Bear é uma das melhores séries dos últimos anos e isso é um fato inegável. Tendo ganhado diversos prêmios e possuindo um roteiro e direção que surpreenderam na primeira temporada, a série conseguiu se manter até sua quarta temporada. Mesmo com altos em baixos entre temporadas, a qualidade se manteve, tanto pela direção quanto pelo elenco. Agora na sua quarta temporada encontramos um novo paradigma que desafia o restaurante de Carmy (Jeremy Allen White).

Na nova temporada, vemos a repercussão das críticas ao restaurante “The Bear”. Enaltecendo alguns pratos, a crítica parecia ser positiva à princípio, mas logo em seguida vemos que ela também destaca o caos nos pratos, na organização e nos próximos sentimentos que o local passa. Isso acontece porque na temporada anterior Carmy teve a ideia de fazer pratos diferentes todas as noites, e agora ele enfrenta as consequências de suas escolhas.

Enquanto isso Sydney (Ayo Edebiri) ainda se encontra indecisa em deixar o restaurante para outra oportunidade ou permanecer ali mesmo com todos os problemas e desafios que enfrenta e despertam nela, tal qual a ansiedade. Já Richie (Ebon Moss-Bachrach) permanece no seu caminho de tentar ser melhor no trabalho e com as pessoas em sua volta. Apesar disso ele ainda está enfrentando o dilema de ir ou não no casamento de sua ex-esposa.

O Trio de Ouro de The Bear

Ebon Moss-Bachrach (Richie), Jeremy Allen White (Carmy), Ayo Edebiri (Sydney) em The Bear

Iniciei essa crítica pontuando os três personagens, porque de fato eles são os pilares que sustentam a série. Cada um deles representa de diferentes formas o que compõe a série e seus núcleos ao mesmo tempo que se intercalam, funcionam de forma independente.

O que foi interessante de acompanhar durante essa temporada, onde vemos como cada um está se desenvolvendo para além do Carmy. Vemos a rotina de Sydney, o dia a dia de Richie após terminar o seu trabalho.

A série ainda roda em torno do luto e perda do irmão de Carmy, Michael (Jon Bernthal) que ecoa em todos os enredos, até mesmo naqueles que nunca o conheceram. Uma ideia que faz a série se permanecer nos trilhos e não se perder entre velhos e novos enredos.

Mas podemos dizer que Sydney e Carmy foram o ponto alto da temporada. Os dois se encontram em situações diferentes mas que se cruzam. Enquanto ela está se afogando cada vez mais no restaurante, ele está tentando sair desse rio, vendo quem ele realmente é para além do sonho de ser um cozinheiro.

Um ponto interessante do início da temporada é um diálogo entre Carmy e Michael onde ele explica para Michael o motivo de querer abrir um restaurante, da forma que esse é um lugar que conecta pessoas e faz elas serem especiais.

Esse sonho e amor por algo que permeia em muito as tramas da temporada. Tanto que em um dos episódios mais bonitos da série onde temos diversas participações especiais, vemos todos os personagens expondo seu medo para ajudar uma pessoa. E quando você perde esse amor, esse sonho, o que sobra?

Quando o caos termina, o sonho começa

Viver no caos é algo que se tornou comum para a geração pós anos 2000. Não somente isso, mas com a tecnologia dominando todos os meios, nos vemos naquele momento onde “temos que fazer tudo pois não temos tempo”. A pergunta que fica é: E se tivermos tempo?

Acompanhando personagens secundários da série como Marcus (L-Boy) que agora após todo o caos da terceira temporada e a perda da sua mãe, busca focar em si, não há caos ali, existe algo diferente. Já com Sugar (Abby Elliott) é a mesma coisa, que teve um dos momentos mais tensos da última temporada com o parto de sua filha, agora ela está em um estado de inércia, mas que não a torna infeliz.

A mesma coisa ocorre com Tina (Liza Cólon-Zayas) que busca ser melhor na cozinha e mais rápida. Todos ali diferente do trio estão focados em seus objetivos pessoais e de certa maneira felizes com isso. Isso é refletido até mesmo na presença do personagem Luca (Will Poulter) que parece ser uma singularidade dentro do “The Bear”. Ele é calmo, centrado assim como alguns outros personagens que são introduzidos nessa temporada.

É impressionante pensar nesses núcleos em uma temporada que tem literalmente um contador que ao acabar será decretado o destino do restaurante. Só que isso contrasta exatamente com a temporada anterior que foi para nos sinalizar que o caos não é a resposta.

E para o próximo ato…

Com a renovação para a quinta temporada, fica muitas dúvidas sobre o destino de alguns personagens da série e do próprio restaurante, mas abre possibilidades interessantes. Apesar de uma repercussão um pouco negativa da temporada anterior, não dá pra negar que a qualidade da série se mantém.

Nos resta agora pensar qual caminho ela irá tomar, e acompanharmos o destino desses personagens e o que eles irão fazer para ir além do caos que se acostumaram. Temos o núcleo da família do Carmy, os novos integrantes do restaurante, Syd assumindo uma nova posição e muitos outros dilemas que ainda iremos conhecer ou descobrir.