O Projeto Adam é um dos grandes lançamentos do início desse ano na Netflix. Tendo sido anunciado há algum tempo, o projeto encabeçado pelo ator Ryan Renolds (Deadpool) e o diretor Shawn Levy (Free Guy). O projeto do filme estava em hiato desde 2012 onde tinham a ideia de colocar Tom Cruise como protagonista, após muito tempo a Netflix comprou os direitos de distribuição e iniciou as gravações em 2020.
A história acompanha o piloto Adam Reed que viaja no tempo em busca de salvar o seu futuro, contudo acaba encontrando o seu eu mais jovem interpretado por Walker Scobell. Em meio a isso os dois precisam se aliar para enfrentar Sorian (Catherine Keener), que busca impedir Adam de concluir sua missão.
A primeira impressão que o filme passa é que ele se trata de um projeto que tenta emular os sonhos de infância das crianças. Aquela ideia de que no futuro viramos um herói musculoso que luta kung-fu e tem um “sabre de luz” e consegue viajar no tempo. Uma ideia que pode se comparar a alguns projetos de Steven Spielberg como Indiana Jones e até mesmo Jurassic Park que buscam esse princípio.
E partindo dessa ideia, o filme em diversos momentos busca impactar de alguma forma a audiência mostrando diversos elementos como naves espaciais, armas tecnológicas e soldados do futuro. Contudo a forma como é feito tal apresentação dessas ideias, de fato não passa disso, de ser algo para emular esse tal sonho. E por mais que nos primeiros momentos tenha de fato um certo impacto, os momentos seguintes se tornam vazio e até mesmo forçados ao tentar emular filmes de super-heróis.
O uso excessivo de efeitos especiais acaba no final fazendo a sensação de perigo ser perdida, onde todas as cenas de ação se tornam plásticas e até mesmo teatrais. É visível também que a edição buscou ao máximo ajudar o desempenho dos atores ao colocarem cortes que acabam quebrando a condução das lutas (talvez John Wick tenha nos afetado demais). O filme no final parece que sempre está se preparando para uma grande sequência de ação, deixando pouco tempo para desenvolver sua trama.
E a narrativa, que acaba sendo deixada de lado por efeitos grandiosos e cenas de ação, se torna vazia e rasa. A ideia de enfrentarmos o nosso eu do futuro foi desenvolvida anteriormente por outros filmes como Looper, mas aqui temos uma proposta muito mais leve. Tentando criar uma trama em volta de traumas de família e perda, o filme acaba deixando isso em segundo plano e perdendo a força e apego aos personagens principais.
Durante determinados momentos do filme fica claro que tentam se esforçar ao máximo para criar um drama em volta dos personagens e inserir certo peso, mas que minutos depois se perde e se torna desinteressante. O tom cômico do filme é fluído graças ao desempenho dos atores e principalmente o Ryan Renolds, mas ao precisar de um impacto maior, não se torna o suficiente para nos preocuparmos.
A fotografia e direção do filme buscam criar uma estética original e que se assemelha a outros projetos de ficção científica e ação, mas caindo no genérico percebemos uma condução que se perde ao focar no seu protagonista e não consegue nos apresentar um universo interessante juntamente com a proposta de viagem no tempo.
O Projeto Adam provavelmente tinha uma proposta um tanto quanto diferente no seu início, mas ao chegar em 2022 após a pandemia e outros problemas, percebemos que ele é um filme que busca se sustentar no vazio de sua ideia.
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