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Crítica: Eternos | Uma história sobre autodescoberta que tenta encontrar seu espaço na fórmula Marvel

Eternos já está nos cinemas, tendo ficado em sua segunda semana no topo das bilheterias mundiais, contudo o filme recebeu diversas críticas negativas, e todas elas estariam corretas ou não? No filme acompanhamos Sersi que está vivendo uma vida tranquila em Londres, contudo ela vai precisar reencontrar a sua família formada pelos Eternos para enfrentar os Deviantes que retornaram mais fortes.

O filme dirigido pela ganhadora do Oscar Chloé Zhao busca acima de tudo criar uma identidade própria, tentando ser diferente dos outros filmes da Marvel. A própria diretora em diversas ocasiões diferentes durante entrevistas falou sobre o assunto, mas no filme essa decisão não se torna tão evidente.

Certos aspectos da diretora são visíveis no filme, como a utilização de luz natural dos ambientes, cenas com pouca movimentação de câmera e poucos cortes, contudo certos aspectos da fórmula Marvel permanecem. O alívio cômico ainda está presente, assim como a necessidade pelo filme se auto referenciar e tentar encontrar um meio termo entre apresentar elementos para o futuro do universo expandido e ser uma história única.

A fotografia, assim como os efeitos especiais são um dos melhores apresentados no MCU, onde o visual dos cenários e a grandiosidade cósmica dos Eternos é plausível para a narrativa que está sendo desenvolvida. O design criado em volta do poder de cada Eterno por mais que fuja dos elementos originais apresentados por Jack Kirby, consegue ser única e destacar cada especialidade dos personagens.

O roteiro em si acaba tendo que explicar diversos elementos para o público, sobre como funciona os Eternos e entre outras coisas que são abordadas no filme. Chloé Zhao consegue no final fazer com que isso seja fluído, usando diferentes formas de contar essa história através de flashbacks, narrações e animações em torno dos celestiais.

O elenco do filme possui grandes estrelas como Angelina Jolie e Salma Hayek, e diferente da maioria das opiniões, eu acredito que o filme consegue aproveitar de cada ator e seus pontos fortes para cada personagem. Um saldo positivo que também não busca destacar determinado herói para apagar outro, fazendo cada um brilhar no momento certo.

O plot por trás do grande vilão do filme consegue surpreender e também entregar algo com sentido e também gerando uma dualidade que foge do “bem e mal” sendo diferente das demais obras do MCU. E ao olhar para esse plot final, os Deviantes ficam de lado, sendo praticamente personagens nulos durante a trama, servido apenas para gerar cenas de combate. Diferente dos quadrinhos os Deviantes não possuem uma sociedade, e são seres sem consciência, que no final acabam sendo mal aproveitados, podendo ser um grande gancho e também abertura para desenvolvimento no futuro.

Eternos ainda possui certas cicatrizes que pertencem a fórmula Marvel, contudo a diretora Chloé Zhao mesmo não seguindo a obra original de Jack Kirby, consegue criar uma história cativante, trazendo sua estética e profundidade a histórias humanas para o filme.