Um dos filmes mais subversivos do gênero de princesas, ganhou sua tão aguardada continuação, muito embora esteja muito longe do nível do primeiro
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Conto de Fadas é um dos gêneros mais clássicos não somente do cinema, mas também da literatura mundial. Entretanto, em 2007 com a estreia de Encantada, houve uma subversão deste gênero, entregando algo único para os fãs. Agora em 2022, o filme ganha uma continuação: Desencantada que faz jus ao nome, sendo um verdadeiro desencanto.
O filme passou por bastidores complicados, sendo finalmente dirigido por Adam Shankman (Operação Babá) com roteiro de Brigitte Hales (Once Upon A Time), J. David Stem (Acampamento do Papai), David N. Weiss (Shrek 2) e Richard LaGravenese (Escritores da Liberdade), e lançado diretamente no streaming da Disney+.
A história do filme é bastante simples: Giselle, após os eventos do primeiro filme, começa a questionar a verdadeira felicidade que achou para si mesma, neste filme. Então, ela decide se mudar para um subúrbio de Nova York, onde é presenteada com uma varinha mágica onde ela acaba alterando o equilíbrio da realidade, colocando todos em risco.
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A premissa básica dessa continuação, como os questionamentos sobre felicidade, conflitos suburbanos, convivência com adolescentes, mudança de ares, poderiam levar a trama para algo semelhante ao primeiro filme. Porém, não é isso o que acontece.
Isso porque, Desencantada tira os conflitos que a realidade do mundo de conto de fadas traz para o mudo real, subvertendo toda a ideia original da franquia, se transformando em 2 horas de um longo, e exaustivo, festival de clichês auto-referenciais.
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Em algumas cenas, figurinos, e até mesmo diálogos, isso fica óbvio, mas não traz encanto nenhum para quem está vendo. A tentativa deles brincarem com alguns clichês, é feita de uma maneira tão mal pensada, que viram somente ideias batidas, que tentam ser engraçadas, mas falham logo que começam.
Desencantada é tão diferente da ousadia da premissa original, que em alguns momentos, parece que você está assistindo um outro filme de tão sem graça que consegue ser.
A falta de orçamento também pôde ser sentida ao longo da trama. Um ponto em especial, é o plano das cenas, onde fica mais do que claro a falta de orçamento, e principalmente o uso dos efeitos especiais para “mascarar” o efeito de computação gráfica.
Mas isso entra no problema envolvendo os profissionais de computação gráfica e a Disney, cujo qual não irei me aprofundar muito. Entretanto, esse filme pode servir como exemplo dos efeitos colaterais deste caos.
Mas voltando a trama, Amy Adams segura o filme magistralmente. Porém, quando vamos para subtramas, o desenvolvimento dos personagens é tão raso, mesmo com premissas igualmente interessantes, que deixa somente uma sensação de “é só isso?”.
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Um exemplo perfeito disso é a trama de Robert, interpretado por Patrick Dempsey, onde mostra ele fracassando na tentativa de ser um herói, e… é isso. Ele não procura se aprofundar nos dilemas que isso trás ao personagem, e muito menos sua interação com outros integrantes da trama.
As cenas de musical também não possuem nenhuma memorável, como a do primeiro filme, e novamente servem somente para deixar o longa, com mais cara ainda de um filme qualquer de princesa.
As sequências em 2D são muito bem produzidas, entretanto, devido ao filme ser uma cacofonia de clichês, a magia de revisitarmos uma animação com esses traços, acaba se perdendo em uma trama totalmente calcada em clichês ridículos.
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Com isso, Desencantada, perde praticamente toda a essência da franquia, se transformando em uma produção somente para encher o catálogo do serviço de streaming. Ainda é mais interessante revisitar o filme de 2007, do que perder tempo se aventurando com esse lançamento.