Há pouco mais de dez anos, a Marvel Studios vem experimentando e testando os gostos de seu público. Alguns vão dizer que a fórmula já começou a se esgotar, mas é fato que ela satisfaz a maior parte do público. E a Capitã Marvel vem pra dar este “mais do mesmo” pra galera.
O roteiro do filme é decente, tenta intrincar uma origem, que poderia ser mais simples, porém, num geral, o público entendeu bem quem é Carol Danvers, quem é a Capitã Marvel, o que ela faz ali e quais são as suas motivações. Dentro de uma época com um discurso feminista obrigatório, algumas adaptações foram criadas para satisfazer este público e, sim, ficaram ótimas! A curva dramática faz todo o sentido e as simbologias utilizadas são maravilhosas. As referências, tanto à iconoclastia noventista, quanto à trilha musical empolgam quem passou a adolescência na década perdida.
Os atores vão bem: Samuel L. Jackson é genial e o CG rejuvenescedor é convincente e não falha em momento algum. A química entre ele e a protagonista, Brie Larson, também é ótima e a Capitã tem uma postura fantástica e convincente. O gato Guss tem papel relevante e carrega o humor do filme, além de ser o responsável pelo melhor fã-service da história do estúdio. Ponto fraco do filme, o ótimo (não neste filme) Jude Law destoa e parece um pouco desanimado com a falta de destaque de sua personagem. Outro que decepcionou por falta de relevância em tela é Ronan, o Acusador (Lee Peace). Para um ser tão poderoso no Universo Marvel, deveria ser mais ameaçador, apesar de o fato do filme se passar bem antes de Guardiões da Galáxia algemar os roteiristas, já que a Capitã faria pozinho com o vilão.
A fotografia do filme é linda e, apesar de haver pouco espaço para o colorido de Thor Ragnarock, a computação gráfica se encarregou de encher a tela de brilhos e cenas de luta cheias de movimentos, mas falhou ao criar uma Capitã 100% modelada, cujos movimentos pareciam com os de Neo, em Matrix Reloaded.
A montagem é outro ponto fraco do filme, que falha em ritmo em diversos momentos, mas não compromete. O empoderamento de Carol Danvers e as duas cenas pós-créditos deixam a gente bastante emocionados e pagam bem o ingresso e a bilheteria do filme promete: a pré-estreia, exibida depois da meia-noite, estava LO-TA-DA.
Não é o melhor filme da Marvel Estúdios, mas está bem longe de Homem de Ferro 3. Vá ao cinema e assista!