Um banco.

Não, não o Bradesco ou o Itaú.

Um banco de praça. Um simples banco de praça.

Você já parou pra reparar como o mundo e as pessoas ao seu redor mudam? O banco de praça sim.

O mais recente lançamento da editora Pipoca e Nanquim é mais uma obra extremamente humana e emocionante. Um Pedaço de Madeira e Aço (já peço perdão pelo trocadilho no título), escrita pelo francês Christophe Chabouté, tem 340 páginas, é em capa dura, e tem até uma fitinha para marcar as páginas! Detalhe: o quadrinho é em preto e branco e não tem UM diálogo. Talvez isso desestimule alguns leitores, porém, é um delicioso desafio.

A trama é extremamente simples: a visão do mundo por um banco de praça. Uma personificação objetiva e direta. E como as pessoas, de diferentes sexos, idades, etnias e classes sociais, interagem com o banco. Por mais que pareça tola, a história mostra como um simples banco é extremamente importante e essencial para diversas pessoas. Desde uma declaração de amor até a rotina de um casal de velhinhos. Um banco acompanha mais da sua vida do que você pensa.

 

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A grande ironia é como um quadrinho mudo consegue expressar sentimentos e emoções que palavras não conseguiriam. Toda a rotina, todos os hábitos do cotidiano, todas as emoções passam por um banco de praça. Todo o dia, algum cachorro marca o território no banco. Um engravatado passa para ir ao trabalho. Algum(a) senhor(a) senta para ler seu jornal. E obviamente, o tempo passa. Pessoas vem e vão. Algumas ficam, outras somem. E tudo isso acontece bem debaixo do nosso nariz. Sequer prestamos atenção nos detalhes!

Nitidamente, é a HQ é mais um PETARDO de Chabouté, autor de obras consagradíssimas como Moby Dick (já publicado pela editora Pipoca e Nanquim), e Alone. A graça da história é perceber como nós vivemos nossas vidas sem prestar atenção no que ocorre à nossa volta. Como tudo muda. Como tudo continua muito igual. Há momentos divertidos, emocionantes, e reflexivos. O final é inenarrável. Só “lendo” mesmo para absorver as emoções.

 

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Às vezes, seria interessante pararmos um pouco e vermos como é o mundo. Como são as pessoas. Como a vida é linda, frágil e comovente. Passamos a vida inteira imersos demais em nossos próprios problemas. E quando percebemos, é sempre tarde demais.

“Um descanso, um momento, uma pausa. Um abrigo, um refúgio, um lar.. Uma cena… Uma encruzilhada…

Apenas um pedaço de madeira e aço.”

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Victor Bianconi
Leitor, colecionador apaixonado de HQs, e admirador da magia do cinema. Tento escrever sobre aquilo que amo.