Superman e Quarteto Fantástico são dois filmes que em breve estarão entre nós e com datas de lançamento muito próximas. Em uma entrevista recente o próprio James Gunn alegou que há espaço para ambos os filmes conseguirem alcançar os seus respectivos públicos. Só que apesar dessa afirmação, fica a dúvida de quem de fato chamará a atenção do público. E principalmente responderá a pergunta, será que um deles conseguirá lidar com a exaustão do gênero?
Antes de Superman e Quarteto Fantástico
Desde os anos 2000 presenciamos a ascensão do gênero de super-heróis no cinema, onde chegamos até mesmo no ano de ter mais de 10 filmes de diferentes estúdios. A própria Marvel chegou a lançar 5 filmes em um ano, junto com a DC que tentou à todo custo criar seu universo compartilhado.
Após Vingadores: Ultimato, o que pode ser considerado a epítome do gênero no cinema devido a sua gigantesca bilheteria, as coisas mudaram. O caminho tomado pela Marvel desagradou muitos fãs, seja pela mudança nos protagonistas ou o excesso de produções em streaming e cinema. Do outro lado, a DC enterrou seu universo compartilhado de uma vez por todas com o fatídico The Flash.
Em paralelo tivemos pontos fora da curva como Venom que conseguiu fechar uma trilogia com boa bilheteria, diferente dos filhos bastardos da Marvel Studio como Morbius, Madame Teia e Kraven. E também sucessos surpreendentes como Coringa que conseguiu arrecadar $ 1 bilhão, diferente de sua sequência que conseguiu decepcionar até mesmo quem não era fã do personagem.
E The Batman, que foi um grande acerto pela Warner que conseguiu até mesmo elaborar um spin-off de sucesso como Pinguim. Contudo agora o processo se encontra em um limbo devido ao incerto futuro do Homem Morcego. Após uma longa jornada entre a ascensão e a queda, chegamos aqui, onde novas escolhas estão sendo tomadas.
Um novo caminho para os heróis
Com uma cartela de fracassos sendo colecionadas por cada estúdio, tanto Marvel quanto DC tomaram caminhos diferentes.
A Marvel optou por alterar os planos principais, trocando o vilão Kang (devido a problemas do ator também) pelo Destino e trazendo de volta o ator Robert Dowyner Jr. E também diminuindo a quantidade de produções anuais, passando somente para 2 e séries. O que também mudou, pois agora as séries não tem conexões diretas com os filmes e vivem em sua narrativa própria.
E na DC, um novo presidente foi escolhido, James Gunn. O diretor da trilogia de sucesso Guardiões da Galáxia, e que já havia dirigido um novo Esquadrão Suicida e a série do personagem Pacificador assumiu o papel ao lado de Peter Safran.
Definindo alguns projetos iniciais como Supergirl, Authority, Lanternas e entre outros, um novo universo começou a tomar forma. E o primeiro passo para o alvorecer desse mundo será comandado por James Gunn com Superman.
Enquanto a Marvel está colocando todas suas fichas no próximo Vingadores que terá conexões diretas com Quarteto Fantástico. A DC está apostando em um universo novo com o pontapé inicial do Superman, que teve um filme solo pela última vez em 2013. E quem levará a melhor? Talvez nenhum dos dois.
O Homem de Aço VS A Primeira Família da Marvel
A realidade é que a estagnação dos filmes de herói em paralelo com a crise que passamos durante o período da pandemia desencadeou um efeito em massa nas produções blockbusters. Na era de ouro dos filmes do gênero, alcança a marca de US$ 1 Bilhão era algo viável, mas hoje se tornou um marco muito mais difícil de alcançar.
Mesmo filmes com grandes marcas e de universos já conhecidos encontram dificuldade de alcançar essa marca. E hoje vemos os principais projetos alcançando uma bilheteria próximo sendo animações que atingem desde um público adulto até infantil para toda a família.
Então Superman e Quarteto Fantástico não buscam a pretensão de alcançar um grande marco, mas de possuir uma bilheteria boa o suficiente para pagar o investimento do projeto e também disseminar as marcas. A Marvel irá ganhar mantendo o hype de seus fãs e também apresentando o que será visto em Vingadores.
Do outro lado a DC vencerá apresentando o Superman e recebendo uma recepção boa com as novas ideias do James Gunn, viabilizando novos projetos. O jogo aqui mudou, e hoje até mesmo com os licenciamentos de brinquedos, camisas, cadernos e etc, se tornou muito mais viável arrecadar um bom valor através de outros meios além do cinema.
Só que um ponto do qual preciso mencionar, é o fator que James Gunn e Warner estão aproveitando muito mais das redes sociais para impulsionar seu projeto em comparação ao Quarteto Fantástico. Isso se dá por conta do fator chamado “Grande Saga”.
A Grande Saga e seus problemas dos quadrinhos para o Cinema
Superman e Quarteto Fantástico fazendo um crossover nos quadrinhos.
Diferente do cinema, nos quadrinhos é muito comum vermos grandes sagas que infestam todos os títulos e a partir disso tudo é conectado. O que a Marvel adaptou muito bem na “Saga do Infinito” tendo o Thanos como grande vilão. A diferença aqui é que o conceito de “Multiverso” é muito mais amplo e cria expectativas falsas sobre sempre algum personagem retornar.
E quando anunciam “Vingadores: Doomsday” durante a campanha de marketing do Quarteto Fantástico. Isso cria um efeito rebote que prejudica o filme e faz ele ter perspectivas que poderão não ser condizentes com o projeto final. Diferente de Superman, onde temos algo totalmente novo e a única comparação é com um projeto fracassado que ocorreu anteriormente.
E no final a competição só existe na cabeça dos fãs, e é possível existir dois grandes filmes ao mesmo tempo. Basta olharmos para Barbie e Oppenheimer que tiveram lançamentos simultâneos. E sabemos que apesar da saturação do gênero, ainda queremos acreditar em super-heróis.
