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Crítica: Top Gun – Maverick | A experiência de comer um bolo com o mesmo sabor mas com uma decoração diferente

Top Gun: Maverick após diversos adiamentos devido a pandemia enfim chegou aos cinemas trazendo Tom Cruise novamente para a ação como piloto de aviões militares. Joseph Kosinski assumiu o cargo de realizar a sequência, tendo já uma relação anterior com o ator no filme Oblivion de 2013. E entre todos os pontos negativos que poderiam tornar o filme ruim, ele estreia apresentando um caminho diferente.

Na sequência acompanhamos Maverick que se tornou um piloto de testes militares, mas devido a sua atitude rebelde que permanece, ele agora se torna um instrutor. Em meio a isso o piloto terá que provar que a mente humana ainda importa em comparação com a ascensão dos drones de combate.

Olhando para a sinopse, podemos pensar que o filme de fato aborda questionamentos militares sobre o desenvolvimento e em como a tecnologia está substituindo os humanos. Entretanto Top Gun 2 permanece com os mesmos elementos apresentados no primeiro filme, onde esse conceito acaba se perdendo.

Com a inserção de novos personagens que tem o papel de serem reflexos do primeiro filme, ainda existe aquele estigma ao masculinidade onde eles tentam ocultar isso através de uma personagem feminina, mas que acaba não sendo muito funcional na prática. Os personagens, por mais que possuam relevância trama, acabam não se sobressaindo da sombra de outros atores como Jon Hamm e Tom Cruise que roubam a cena.

O grande mérito do filme está em sua fotografia e cenas de ação, que surpreendem em todos os momentos. O ator Tom Cruise durante algumas entrevistas disse que uma das condições para o filme acontecer era que usassem aviões reais, e também todos do elenco passassem pelo real treinamento que aviadores passam. Por mais que muitos questionem essa eloquência atual do ator atualmente em filmes de ação, isso acaba gerando um resultado surpreendente no final.

Em diversos momentos durante a experiência do cinema, sentimos a tensão de pilotar um avião, e também todo o impacto dele com uma incrível produção da equipe de sonoplastia. A fotografia não só surpreende mas se ergue perante todos os outros pontos do filme, tendo momentos incríveis, que de fato nos remetem ao mesmo diretor de Oblivion.

Os temas que buscam aprofundar a história do filme apresentados por Peter Craig e Justin Marks são interessantes, mas servem apenas como um plano de fundo da trama de Maverick. Os dilemas por trás das missões militares, o crescimento da exploração de drones e demais problemáticas não estão de fato no enredo, mas sim nas entrelinhas que se propõem a criar. E no final das contas essa é uma história pessoal do personagem interpretado por Tom Cruise, onde utilizam de forma emocionante o efeito nostálgico ao trazer atores de volta como o próprio Val Kilmer, Jennifer Connelly e até mesmo Miles Teller que representa um personagem do primeiro filme.

No final das contas Top Gun: Maverick é uma das grandes surpresas do ano, que por mais que entregue um gosto similar ao seu primeiro filme, a sua decoração faz dele algo divertido e empolgante de ser apreciado. Tom Cruise entrega aqui uma atuação pessoal e que representa muito sobre quem é o ator e o porque dele é claro, ser o Tom Cruise.