À algum tempo, mais especificamente à três temporadas o sucesso dos zumbis produzidos pela AMC perdeu um pouco da surpresa em sua trama que constantemente entrou em uma história rotativa que seguia a mesma fórmula. Mesmo assim isso não prejudicou a qualidade da série no começo que continuou sendo um drama que se passa em um mundo pós apocalíptico com um bom estudo de personagens e suas ações. Mas então veio a sétima temporada, extremamente massante e rasa em sua proposta, apesar dos bons momentos. E com a estreia da oitava temporada talvez tenhamos a season premiere mais decepcionante da série, mas isso quer dizer que foi ruim? Nem tanto. Até porque decepção está associada a quebra de expectativas e não exatamente a falta de qualidade. Mas isso também não quer dizer que o episódio não enfrenta as dificuldade dos últimos da série, apenas as intercala melhor com as sequências de ação presentes na última parte.
É visível a vontade da série de apresentar um episódio mais reflexivo para Rick (Andrew Lincoln) em contraste com o desenvolvimento do combate entre os grupos dele e de Ezekiel (Khary Payton) contra o grupo de Negan (Jefrey Dean Morgan). Mas o problema é que o episódio faz isso de forma entediante com leves closes no rosto do personagem e foco nas suas ações como líder. E depois de sete temporadas, com certeza o seu personagem já está desenvolvido o bastante e não é nenhuma surpresa sua mudança de atitudes em situações desesperadas. Assim, a série perde a chance mais uma vez de aproveitar o potencial da personagem Maggie (Lauren Cohan), e até põe carismáticos personagens como Carol (Melissa McBride), Morgan (Lennie James) e Tara (Alanna Masterson) como meros piões de guerra.
O ritmo do episódio é também um problema em seu inicio com discursos de motivação já até tornados caricatos devido à suas repetições durante a parte final da sétima temporada e com a preparação e elaboração de planos extremamente rápidas para aproveitar o tempo do episódio. As partes boas do episódio começam apenas a partir dos vinte minutos, com a execução do plano ousado de Rick, inclusive de forma muito fácil e pouco explicada. Mesmo com a estrategia adotada por seu grupo sendo até inteligente e bem executada, ela é extremamente clichê e em alguns momentos parece que você esta vendo episódios repetidos da mesma serie. Entre pontos positivos, há a conversa entre Rick e Negan que mostra que mesmo com uma série mediana os atores conseguem se destacar bem e conduzir de uma ótima forma seus personagens e traz uma tensão que há muito tempo não se via em The Walking Dead e os momentos finais do episódio que mostram um bom começo para a adaptação de um dos melhores arcos nos quadrinhos. Quanto à fotografia e trilha sonora, ambos são ainda monótonos devido a série estar à muito tempo explorando os mesmos espaços em demasia, mas há também alguns planos bem bonitos que mesmo que sejam repetitivos são agradáveis. A Guerra Total pode ainda não ser total ou até mesmo uma guerra, mas em comparação com o que vinhamos tendo na série esse pode ser o momento em que ela irá se reerguer (ou não) e agradar o publico novamente.
