Written by 13:54 Criticas, DC Filmes, DC Films, DC Studios, Destaque, Filmes | Criticas, James Gunn, Superman, Warner Bros.

Crítica: Superman (2025) | Ser uma boa pessoa, é um superpoder!

Superman está lutando contra um monstro gigante e para tudo para salvar um esquilo — porque, para ele, toda vida importa. Parece uma cena idiota e desnecessária, mas ela define a tônica do que é Superman (2025), filme dirigido por James Gunn, que dá o pontapé inicial ao novo universo compartilhado da DC no cinema.

O diretor da trilogia Guardiões da Galáxia ousa apresentar um ser superpoderoso que leva a bondade a sério, que se preocupa em salvar tudo e todos. Somente essa premissa já vai na contramão de visões recentes do personagem que focam apenas em seus poderes. Recentemente vimos o tom desesperançoso para o Homem de Aço — o que contradiz tudo o que ele representa. E, que ainda assim, tem pseudo-nerds que idolatram essa versão. Sim, fã do Snyder, certamente estou falando de você!

A história de Superman

Nesta nova versão do personagem, vemos Superman (David Corenswet) tentando conciliar sua herança kryptoniana com sua vida humana como Clark Kent, na cidade de Smallville, no Kansas, enquanto precisa enfrentar os planos maquiavélicos de Lex Luthor (Nicholas Hoult).

O filme em si

Apesar da premissa simples, o filme acerta ao não apostar numa história megalomaníaca, mas sim focar nos personagens. Porém, é preciso que você compre a ideia daquele universo — senão, ele não funciona tão bem assim. Mas vale o questionamento: não é isso que fazemos com todo o filme que paramos para assistir?

Ao assumir o risco de não apresentar uma história de origem, mas sim já entrar com os dois pés na porta com personagens estabelecidos e uma dinâmica funcional que faz sentido para aquele universo, James Gunn inova ao exigir esse comprometimento desde o início. E se você topar essa proposta, verá um dos melhores longas do gênero.

Com uma atmosfera leve e encantadora, Superman é um filme que tem alma — e a cara de James Gunn — com uma mensagem clara que mostra por que este longa é tão necessário.

Direção

Vale aqui um espaço só para a execução de James Gunn, que já se mostrou extremamente habilidoso em lidar com filmes caóticos (O Esquadrão Suicida, de 2021 que o diga). Contudo, em Superman, como você já entra direto em um universo estabelecido, o diretor pesa a mão em diálogos expositivos para integrar o espectador à trama.

Esse trunfo que poderia ser um defeito mais grave, mas não nas mãos de um roteirista como Gunn. Isso porque, mesmo que esses diálogos, que pareçam truncados na narrativa, saiam com naturalidade da boca dos atores.

A atmosfera não poderia ser mais quadrinística. Com conceitos malucos e visuais notadamente bregas e exagerados, o filme remete diretamente à Era de Prata dos quadrinhos do herói, assumindo personagens que podem ser considerados “rídiculos!” como um supercão. Superman é exageradamente colorido, ao ponto de merecer o aviso: “Algumas sequências ou padrões de luzes intermitentes podem afetar telespectadores fotossensíveis.”

Isso fica claro especialmente numa sequência na metade do filme, quando Gunn, que já havia mostrado como transformar elementos estranhos em poesia visual (como em Guardiões da Galáxia Vol. 2), solta as rédeas e entrega uma das cenas mais legais e eletrizantes do longa.

O elenco de Superman

O filme tem uma escalação simplesmente perfeita. Desde David Corenswet (Pearl), que entrega uma das melhores versões do herói desde Christopher Reeve, até personagens secundários como Guy Gardner, vivido por Nathan Fillion (The Rookie), que, mesmo com pouca tela, marcam presença com atuações impecáveis.

A química entre Superman e Lois Lane, interpretada por Rachel Brosnahan (Maravilhosa Sra. Maisel), é uma das melhores versões do casal, rivalizando com a da série Superman & Lois — uma das poucas produções decentes da CW.

Porém, o grande destaque vai para Nicholas Hoult (Jurado Nº 2), que interpreta, sem sombra de dúvida, a melhor versão de Lex Luthor. Um personagem cheio de nuances, capaz de alterar emoções apenas com expressões — e ser, ao mesmo tempo, um completo escroto e uma crítica feroz aos bilionários. Sim, isso é citado no filme. Segura as pregas, fã do Elon Musk!

E quem diria que eu pararia uma crítica para falar sobre um cachorro de CGI, mas que sempre rouba a cena? Pois é… A adição de um supercão à trama ajuda o espectador a assumir o tom mais galhofa da história de maneira natural e crível. Afinal, se existe um cachorro endiabrado com superpoderes e uma capa vermelha, tudo é possível dentro desse universo.

Superman vale a pena?

Apesar com seus problemas, Superman é um excelente pontapé inicial para o novo universo cinematográfico da DC Studios sob o comando de James Gunn. E como filme isolado, funciona perfeitamente — trazendo uma mensagem poderosa para tempos de desesperança, onde ser um babaca egoísta parece estar tão em voga, e te motiva a ser uma pessoa melhor.

Em suma, é isso que Superman representa: esperança e a possibilidade de uma humanidade melhor, espelhada no exemplo do “Homem do Amanhã” — simbolismo que fico feliz por ter sido recuperado. Porque talvez, no fim das contas, ser uma boa pessoa… é ser punk rocker.

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