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Crítica: Não se Preocupe, Querida | Nadou, Nadou, e morreu na praia

“Não se Preocupe, Querida” é um filme do qual já vem repleto de fofocas. Desde a diretora Olivia Wilde com Florence Pugh, Harry Styler e Chris Pine e o próprio roteiro desse projeto. E com isso, foi feito um burburinho em volta da produção, que fez de fato a fofoca ser mais interessante que o projeto em si.

Na história acompanhamos Alice (Florence Pugh) que é casada com Jack (Harry Styles) e os dois vivem em um condomínio protótipo no meio do deserto. Durante o dia, os maridos vão trabalhar enquanto as esposas ficam em casa, e conforme o tempo passa Alice começa a perceber algumas coisas estranhas no lugar. Frank (Chris Pine) que é o líder do lugar irá se contrapor a essa curiosidade e irá se mostrar como uma real ameaça para a verdade por trás desse lugar.

Uma trama que se assimila a outros projetos onde a própria Florence Pugh está presente, como Midsommar. Existe um mistério que precisa ser descoberto, e segredos ocultos por todos que estão ali, tirando a nossa protagonista. E o que parece ser uma proposta básica para um desenvolvimento interessante, se torna uma vazia experiência.

Para manter os nossos olhos atentos, o filme busca sempre criar momentos de perda da realidade. Estamos acompanhando a narrativa, e de repente ela é pausada para criar uma montagem psicodélica ou surrealista. O que funciona para nos mostrar que tem algo de errado, mas se torna excessivo ao usar isso o tempo todo para manter a trama interessante.

Tirando esses momentos de transição, a narrativa poderia ser resolvida com a metade do seu tempo. E isso não se dá ao fato dela ser desinteressante, mas devido aos personagens que não possuem papel nenhum para ela. Tirando os protagonistas, nenhum deles complementa o enredo e são somente descartáveis para aquele mundo. E o próprio Frank que surge como antagonista, é tão raso quanto os demais, onde não entendemos suas motivações ou sequer compreendemos o seu objetivo.

Matthew Libatique e John Powell conseguem ir além das críticas apresentadas até aqui e entregar peças essenciais para o filme. A fotografia de Matthew casa com a proposta da “família americana” apresentada, assim como a trilha intensa de John que nos permite ficar imersos em momentos pontuais do filme.

E no final das contas, o filme traz críticas e pontos interessantes que é capaz de abordar, mas isso se perde com seu final delirante. Não existe ali um complemento de tudo que vimos, e sim uma fantasiosa explicação da qual nos faz perder interesse em tudo que vimos até aqui.

“Não se Preocupe, Querida” é o interessante caso de um projeto que apresenta promessas interessantes, mas fica somente por isso, sendo promessas de uma realidade inventada.