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Crítica: Jurassic World – Domínio | Um final que tenta ser épico, mas acaba de forma morna

A franquia Jurassic World pode ser considerado um daqueles universo que se mantém firme devido ao seu impacto no cinema. Com os primeiros filmes do Jurassic Park tendo grande influência na história do cinema e também do estúdio, é um universo que sem sombra de dúvidas irá retornar muitas vezes ainda. Entretanto ao olhar para a franquia atual, percebemos que os dinossauros ficaram presos em algum muito pior do que  um parque, uma zona de conforto.

No novo filme da franquia, acompanhamos Owen (Chris Pratt) e Claire (Bryce Dallas Howard) novamente partindo em busca de Maisie (Isabella Sermon) que é sequestrada devido aos seus genes. Em meio a isso temos o que aparenta ser uma crise mundial devido aos dinossauros que caberá a dupla Alan Grant (Sam Neil) e Ellie Sattler (Laura Dern) juntamente com o Doutor Ian (Jeff Goldblum) acabarem com isso.

Novamente trazendo a questão dos dinossauros convivendo no nosso ecossistema, mas agora mais intrinsicamente, temos os dilemas sobre como o ser humano trata a natureza. Tal abordagem do roteiro funciona muitas vezes, e traz até mesmo um frescor para o filme com curiosidade sobre como o mundo está convivendo agora com dinossauros.

O roteiro de Colin Trevorrow e Emily Carmichael funciona ao apresentar essa realidade modificada, mas falha ao criar alguma conexão com os personagens. O efeito nostálgico de ver antigos personagens funciona, mas acaba sendo utilizado de forma barata criando referências simplistas somente para encaixar os personagens nas situações, enquanto os protagonistas da franquia atual se mantém distantes disso tudo, sem nenhum laço criado até então. Talvez o maior mérito esteja presente no Jeff Goldblum, que em diversos momentos parece estar perdido no set de gravações, trazendo um bom alívio cômico para o filme.

Colin Trevorrow que também assina como diretor, traz uma direção pouco inspirada com o básico já apresentado nos filmes anteriores, sem grandes inovações. Sua direção assim como a fotografia de John Schwartzman estão presentes ali, mas não possuem momentos de destaque que surpreendem ou que são dignos de serem citados.

Como um todo o filme possui uma aventura morna que acaba deixando espaço para destacar pontos mais obscuros do filme. Um deles é a visível crítica ao modo como bilionários e a ideia de “um mundo melhor” na realidade só camufla um egocentrismo gigantesco. Fora isso existem os dilemas sobre meio ambiente e como a humanidade lida com essas questões as tratando de formas simplistas. Tais dilemas que poderiam ter sido o real destaque do filme, acabam não sendo tão explorados para criar uma aventura “familiar” com a franquia.

Enquanto isso temos os dinossauros, que mantém o mesmo nível de qualidade dos efeitos especiais mostrados anteriormente nos demais filmes, contudo já é visível certas limitações e determinadas criaturas e movimentos (veremos como Avatar 2 vai lidar com isso).

Jurassic World: Domínio é uma aventura que ainda vale a pena ser conferida por entregar bons momentos de nostalgia e também uma aventura em meio a dinossauros, contudo sendo o final de uma trilogia, temos aqui um final que não condiz muito com a ideia de “épico” que a produção se propõe.