(Resenha escrita em 04/05/2017)
Finalmente, vou escrever a resenha sobre o #CorraFilme, que assisti ontem na cabine de imprensa, cortesia do Roberto Sadovski.
“Corra!” é um thriller. Suspense. Mas com tanto subtexto, que você acaba se perguntando que tipo de filme você está vendo. A categorização de gênero é algo que empobrece o filme, então, quando o filme viaja entre eles, é até um alívio para quem assiste. Significa que surpresas serão mais comuns do que se imaginava.
E é isso que “Corra!” entrega: o filme te surpreende paulatinamente, durante as quase duas horas de narrativa, construindo dúvida atrás de dúvida, só fechando a sua ansiedade no grand finale, à lá “como acabaria um filme se Tarantino dirigisse um suspense?”
Cheio de crítica social, o filme trata, essencialmente, do racismo velado em nossa sociedade e de como é fácil tratarmos negros como “amigos de estimação”, ou mesmo exaltamos negros por pura inveja e vontade de os sermos. O racismo do filme é um racismo diferente, até estranho, mas dá pra traçar um belo paralelo com este “novo racismo”, que talvez venha surgindo nestes novos tempos de “politicamente correto”.
Tem, ainda, a questão da hipnose, tratada com MUITO realismo (acredite, eu estive lá, eu sei do que estou falando), e algo científico que, sem dar spoilers, é questionável, mas plausível, dentro do contexto do filme e cria um gore final que vai fazer você querer devolver a pipoca ali mesmo.
Um roteiro sem pontas soltas (só achei que teve condescendência demais ao criar redundâncias entre a excelente narrativa e o texto, mas isso até se justifica no final), uma linda fotografia, planejada para a pele negra atuando junto com atores brancos, o que, normalmente, é um grande desafio no cinema, bastante crítica social, alívios cômicos geniais, construção de tensão, uma trama inteligente e um final “gore” elegante fazem de “Corra!” um filme que vale MUITO a pena ir ao cinema e gastar seu rico dinheirinho e aquelas famosas duas horas de sua vida.
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