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Crítica: Clark | Uma bizarra história baseada em fatos e contada com mentiras

A Netflix adora uma boa história de certa maneira caricata, e Clark é uma delas. temos outros exemplos como Halston que também é de certa maneira uma biografia de um personagem real da história. Contudo um dos pontos altos dessas obras, é o modo como decidem contar essas histórias, fugindo um pouco da realidade e escapando para a fantasia dessas histórias.

Na série acompanhamos a história de Clark Olofsson, um criminosos dos anos 60 que busca a adrenalina dos assaltos e também conquistar a fama através do mundo. E passando por diversos momentos da história desse personagem, vemos a mudança do tempo e também em como ele se tornou essa bizarra figura histórica.

A História Real

O Clark da vida real.

Como dito anteriormente, a história da série é baseada em acontecimentos reais. De fato Clark Olofsson existe na vida real, e foi responsável pela origem do nome dado a “Síndrome de Estocolmo”. Em 1973 após ser libertado da prisão por homicídio, ele cometeu um assalto com seu amigo Jan-Erik Olsson em Estocolmo.

Os dois então fizeram quatro funcionários de refém, e apesar de passarem cinco dias sendo ameaçados, os relatos dizem que todos os funcionários gostaram da dupla. Devido ao certo “carisma” dele, os reféns se uniam aos assaltos e o viam como alguém que não era uma ameaça real. Esse caso popularizou a teoria da “Síndrome de Estocolmo” e também trouxe novamente o debate da glamourização de criminosos.

Da realidade para a série

Bill Skarsgård como protagonista da série.

Já na minissérie feita pela Netflix, temos uma versão similar só que mais extravagante em diversos momentos. O papel de protagonista fica com Bill Skarsgård (IT: A Coisa) que entrega uma atuação fenomenal e ousada, remetendo direto a outros projetos similares como O Lobo de Wall Street. Os atores secundários também não ficam para trás, onde cada um é responsável de certa maneira por representar um período da vida do personagem.

O modo como usam de plano de fundo, os acontecimentos da realidade e como Clark muda sua estratégia de viver sua vida de crime são criativas e mantém cada episódio único e sem perder o fôlego. Junto com isso temos a direção de Jonas Åkerlund não fica para trás, trazendo uma variedade de cenários. Movimentos e até mesmo estilos que tornam essa aventura em algo caótico que condiz com os olhos do protagonista.

Uma história que acaba ultrapassando o caótico

Por mais que de fato seja uma história absurda, e sua direção e atores utilizem disso para criar figuras caricatas, o enredo acaba não utilizando disso da mesma forma. Como temos episódios pouco conectados, onde cada um conta sobre períodos diferentes da vida do personagem, o enredo acaba não sendo fluído na maior parte do tempo. Travando até mesmo a direção que atinge picos de qualidade, mas logo decai para algo mais simples.

 

Clark por mais que ainda possua alguns defeitos, é mais um acerto da Netflix, trazendo uma série Sueca com  qualidade e criatividade. Bill Skarsgård entrega uma das suas melhores atuações na bizarra e conturbada história de um homem que sempre buscou viver a adrenalina máxima do mundo do crime.

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