Após Batman tentar impedir o gorila Grood de concretizar um plano vilanesco de grandes proporções, ele, o próprio Grood e outros vilões e mocinhos de Gotham são transportados para um Japão medieval onde facções comandadas pelo gorila falante, pelo Coringa, pela Hera Venenosa, pelo Exterminador e por outros vilões insanos lutam pelo controle do poder da região. Achou estranho? Pois é esta a história que o espectador vê se desenvolver na mais nova animação da DC em parceria com a Warner Bros e com outros estúdios de animação como a Yamatoworks e Barnum Studio. Com uma proposta ousada, o filme já começa encaminhando seu herói para a viagem no tempo que o levará para o Japão, sem explicações ou mais delongas. Aliás, o filme em seu inicio até consegue fugir bem da expositividade desenvolvendo apenas o necessário, mas conforme a trama avança o roteiro começa a decair e ter personagens a todo momento explicando coisas que quem está assistindo com atenção pode ver facilmente, soando assim forçado e mal escrito várias vezes.

Sobre o elenco de dublagem americano do filme, Roger Craig Smith faz um trabalho até satisfatório na voz do Cavaleiro das Trevas mesmo que soe caricato por vezes. Enquanto isso, Tony Hale parece um tanto exaltado como Coringa, não há frases do personagem que são faladas de forma calma e baixa, tudo parece histérico e espalhafatoso, mas como é do Coringa que estamos falando isso ajuda a construir a psicose do personagem, mesmo que canse vez ou outra. O mesmo pode ser dito de Tara Strong, dublando da mesma forma a parceira do palhaço do crime, Arlequina. De resto, não há nada de tão relevante sobrando apenas alguns bons momentos para Alfred e Mulher-Gato respectivamente nas vozes de Adam Croasdell e Grey Griffin. O design da animação é um dos pontos altos da mesma. Toda a reinterpretação dos personagens para o Japão medieval é convincente e bonita. E as sequências de luta acompanhadas pela fotografia dinâmica são estonteantes. Há uma cena em especial com outro estilo de animação que também é visualmente minimalista e brilhante. Todo o visual é um incrível deleite para os olhos se descartarmos a falta de dinamismo em alguns seletos momentos de ação desenfreada.

Falando em ação, ela é algo presente em todo momento no filme. Fora as partes em que há a contextualização de Bruce Wayne naquele mundo tudo flui de forma rápida e explosiva. Inclusive, explosiva é uma ótima palavra para definir certos momentos da trama, pois o roteiro não tem medo de mesmo no mundo antigo apresentar muitos mindblowings como robôs gigantes se juntando para formar robôs ainda mais gigantes para enfrentar outras coisas gigantes. Isso poderia até acabar em uma poluição visual estilo Michael Bay, mas por se extremamente bonita acaba em uma poluição visual que o espectador até gosta de ver. Entre estas criaturas gigantes entra um fator que pode ser decisivo no filme: o quanto quem assiste está disposto a acreditar no que vê. Pois a animação apresenta desde ficção cientifica até um certo misticismo deixando em aberto qualquer explicação para como tudo aquilo foi construído. Sendo assim, o ato final que tem muitas sequências empolgantes que envolvem os elementos citados anteriormente, apesar de ser tecnicamente muito bom, pode ser afetado muito pelo espectador e pelo que ele espera, se ele esperar uma aventura crua e realista do Batman em um Japão outrora hostil, pode ser que se decepcione, mas se ele quiser desligar um pouco o cérebro e ver um dos heróis cargo chefe da DC Comics em uma aventura mirabolante com um visual de encher os olhos, bom… ai é só se divertir.

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