Deus foi assassinado, quem governa os reinos do céu agora é: Metraton, o chanceler do céu, e manda o arcanjo Rafael buscar o arcanjo Gabriel para investigar o deicídio do todo poderoso, que tem como principal suspeito: Lúcifer, que se encontra enfraquecido e disposto a fazer de tudo para limpar o seu nome, incluindo trabalhar em uno com Gabriel para achar o responsável.

Holly Black (As Crônicas de Spiderwick), entrega um roteiro que exige que o leitor tenha lido a série anterior para entender como a história chegou aquele ponto e que se esforça para seguir o mesmo padrão de qualidade dos títulos predecessores, porém falha em sua execução. O ritmo da história é bastante acelerado causando uma falta de gravidade da situação, e tornando momentos com potenciais grandiosos em apenas cenas vazias e muitas vezes sem graça. A história em segundo plano que retrata mais o lado “humano” da história, é o ponto alto da narrativa, mas ainda fraco, e trabalha o conceito do demônio induzindo as pessoas a fazerem coisas que eles não querem. O encadernado ainda conta com mais uma história que mostra o filho de Lúcifer indo conhecer os pais satanistas da namorada e acaba causando uma grande confusão, que apesar de ocupar nem 12 páginas do encadernado, é uma história que apesar de simples, possui um grande potencial. A arte de Lee Garbet (Batman: Descanse em Paz) segue o mesmo padrão da história, com artes simples e sem grandes cenas, causando ainda mais uma sensação de que a história não passa de um puro entretenimento vazio, que diverte porém decepciona pela narrativa não ter nem sequer um ápice.

Lúcifer foi apresentado pela primeira vez em Sandman – Prelúdios e Noturnos, por Neil Gaiman e fazia parte do triunvirato do Inferno. O arco retrata o Sonho dos Perpétuos indo até o Submundo para recuperar o seu elmo, há muito perdido por causa da sua captura por uma seita em busca da Morte no mundo dos humanos, cuja qual é parte de seu poder e que até o momento se encontrava sob posse do Estrela da Manhã e se recusava a entregar esta fonte de poder ao Perpétuo que o desafiou para um duelo de versos para que todo o reino infernal testemunhasse. Após ser humilhado por Sonho e aborrecido por sua existência em Estação das Brumas, o Estrela da Manhã expulsa todos os demônios e almas condenadas do inferno e entrega a chave do Submundo para o Perpétuo como uma forma de vingança, e vai para a Terra para abrir um bar-pianista. O personagem carismático cativou tanto o público que ganhou uma série homônima com 75 capítulos publicada de 2000 até 2006, e um one-shot, ambos escritos por Mike Carey.

Como entretenimento Lúcifer – Céu Congelado cumpre muito bem o seu papel sendo o primeiro de uma série de encadernados que trará os títulos do personagem publicados em 2016 publicados nos EUA para o Brasil em uma republicação de caráter simples, porém de preço bastante acessível. Reúne as edições de #01-#06 da nova fase do personagem.

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Kauê Medeiros
Estudante de jornalismo, e amante de filmes e quadrinhos desde que se conhece por gente. Existindo em uma vida dirigida pelo Stanley Kubrick e roteirizada pelo Grant Morrison.