Zoom em Quadrinhos: Astronauta – Entropia | Mesmo tendo uma história fraca, surpreende.
O quarto volume da saga que originou o selo Graphic MSP e uma das mais longevas desta iniciativa, finalmente chegou nas bancas de todo o Brasil. Astronauta – Entropia, apesar de manter o nível de um dos melhores títulos do projeto, deixa de lado um pouco a ação para se aprofundar mais no entrosamento entre os personagens.
O personagem Astronauta Pereira foi criado em 1963 pelo famoso cartunista: Mauricio de Sousa, em tiras nas páginas do jornal Diário de São Paulo, graças ao grande interesse do público por histórias que se passavam no espaço. No começo, o autor investia em tramas longas, porém recheadas de aventura e humor, contadas conforme a publicação permitia.
Em sua primeira história, o herói espacial entrou na agência espacial: BRASA (Brasileiros Astronautas) e morava na Fazenda Tangará, que fica na Via Dutra, e conseguiu entrar no programa graças a indicação de um vizinho para um agente da NASA que acabou convencido de que Astronauta Pereira era o homem perfeito para a missão, e com isto tem início as diversas aventuras do personagem que nos leva até os dias atuais.
Escrita e desenhada por Daniel Beyruth (Bando de Dois) e colorida por Cris Peter (Pétalas), conta uma história que se inicia diretamente do final do volume anterior: Astronauta – Assimetria, aonde a filha de um Astronauta Pereira de um universo alternativo conseguiu conciliar a vida de aventureiro espacial com sua amada Ritinha, acaba presa no universo regular do título e o mesmo acaba sendo obrigado a conviver com ela e se entender. Neste meio tempo, uma anomalia espacial é encontrada pelos dois, que acabam presos no objeto estranho e se veem no meio de uma guerra pela sobrevivência, envolta de traições e muita aventura.
O roteiro é altamente dependente do encadernado anterior, mas não impacta em nada no entendimento da história, que é desenvolvida de forma rápida e concisa, bem parecida com as narrativas anteriores. O cuidado que Beyruth tem ao equilibrar o relacionamento entre a filha de um universo alternativo e a trama principal é louvável, abordada de forma rápida e mostra a que veio.
Entretanto, mesmo que o equilíbrio seja digno de nota, a aventura em si é fraca e pouco atraente, abordada de forma superficial, acaba tirando o brilho de alguns personagens interessantes, mas ainda serve como uma leitura agradável se desconsiderar o festival de clichês e desfechos óbvios, sendo considerada facilmente o encadernado mais fraco da coleção.
A arte, feita pelo próprio autor, compensa qualquer ponto fraco na história, tendo uma riqueza de detalhes surpreendente considerando a complexidade dos cenários, acaba ofuscando qualquer fraqueza no roteiro, proporcionando cenas de cair o queixo. A coloração dos desenhos da uma profundidade maior a obra, parceria que já deixou suas marcas nos três encadernados anteriores e mantém o alto padrão de qualidade.
Vale lembrar, que para uma interpretação melhor os eventos deste encadernado, é necessário ler primeiro: Astronauta – Assimetria, e você pode encontrar e adquirir estas obras a partir do link da nossa parceira Amazon, clicando aqui.
Independente da capa, seja cartão ou dura, Astronauta – Entropia, pode sair com um preço meio salgado, não escapando do padrão de preços da Panini, mas ainda vale a leitura, mesmo que seja um dos encadernados mais fracos desta série, se encontra acima da média se comparado com outras obras.