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Zoom em Quadrinhos | A Morte do Gavião Negro

A morte de um personagem sempre é dita como um fato marcante, apesar de atualmente isto ter virado algo meio que banal, esta minissérie não foge a regra da banalização e entrega uma arte esplendorosa, mas um roteiro que deixa muito a desejar.

Desde que foi anunciada, DC Renascimento tinha como premissa principal trazer de volta a essência otimista e leve que a consagrou como uma das maiores editoras de quadrinhos do mundo e aproveitar para ressuscitar alguns heróis esquecidos pelo seu famigerado reboot anterior: Novos 52!.

Escrita por Marc Andreyko (Asa Noturna: Anos perdidos, Mulher-Maravilha 77’), desenhada por Aaron Lopresti (R.E.B.E.L.S., Superman: A guerra dos Supermen) e Rodney Buchemi (X-men: Regenêse), A Morte do Gavião Negro se inicia com um ataque aparente de Thanagar contra o Planeta Rann, que ceifa a vida de diversas pessoas, incluindo a de Sardath, pai de Alanna Strange, mulher do herói intergaláctico Adam Strange, que consumida pelo luto direciona os Rannianos para uma guerra contra Thanagar. Neste meio tempo. Adam Strange recém chegado de uma longa estadia na terra, descobre fatos cruciais na inocência dos Thanagarianos e corre contra o tempo para impedir o começo de uma guerra que irá destruir ambos os planetas, e para isso ele conta com a ajuda do ranzinza Carter Hall, vulgo Gavião Negro.

Um dos pontos mais interessantes deste encadernado é a forma como foi trabalhada a dinâmica entre personagens extremamente diferentes que tiveram que unir forças para impedir uma inimigo em comum, os diálogos ácidos entre ambos são diversas vezes o que acaba salvando as cenas. Os desenhos de Lopresti e Buchemi são realmente muito bem feitos, mas que ficariam bem melhor em uma outra história.

A narrativa deste encadernado escrita por Andreyko, é realmente lamentável, deixando os leitores ávidos por uma aventura épica totalmente decepcionados, entregando uma história extremamente fraca e sem graça. O roteiro muitas vezes aparenta ser uma desculpa esfarrapada para lutas “grandiosas”, que apesar de serem bem feitas, graças a narrativa, se tornam entediantes. A veia detetivesca presente no quadrinho tem um início até que razoável, mas se perde ao longo da trama, se somando a quantidade de problemas desta minissérie.

Mais para frente no calendário da DC Comics, em Dark Nights: Metal, esta história terá uma certa importância para a compreensão da trama, mas não é nada que dificulte na compreensão dos acontecimentos da saga vindoura.

É difícil compreender como uma história com um potencial tão grande possa ter sido desperdiçada a este ponto, se tornando uma minissérie vergonhosa para a editora que ultimamente está publicando títulos memoráveis e até indicadas em grandes premiações da mídia. Não que você não deva ler o quadrinho para ter sua própria opinião, pode até ser que goste de uma aventura mais leve, mas vá com a expectativa baixa, pois a probabilidade de se decepcionar é bem maior do que a de se divertir.