Parece que a velha estratégia de lançamentos em sequência de filmes com a mesma temática está mais fresca do que nunca. Depois de “Dunkirk” (Cristopher Nolan, 2017) e “O Destino de Uma Nação” (Joe Wright, 2017), chegou a hora de atravessarmos o Oceano Atlântico e trocarmos a Segunda Grande Guerra pela Guerra do Vietnã e contarmos mais uma história real de uma decisão que mudou os rumos do mundo.

Sobre o que é?

O filme conta o caso do The Washington Post, que, até então, era apenas um jornal local, sem a relevância de outros, nos Estados Unidos, como o The New York Times. O Times, na ocasião, havia começado a publicar trechos de um documento secreto, vazado do Pentágono (sede da inteligência norte-americana), que falava da sordidez e certeza de derrota na guerra do Vietnã, e sofrera uma sanção da justiça, ficando proibido de continuar a falar do documento. Documento, este, que chegou às mãos do The Washington Post, que decifrou melhor ainda o documento e ficou com o dilema em mãos: publicar ou não?

O real mote do filme é a liberdade de imprensa e a obra passa o recado. Spielberg (sim, o GRANDE) dá conta do recado, mas parece enferrujado. Não é mais aquele diretor de “A Lista de Schindler”. Mas o filme segue bem, apesar de se apoiar demais na química entre Marryl Streep e Tom Hanks, que é fantástica, mas que, também, mais uma vez, não estão em seus melhores papéis da vida.

E a técnica?

Uma fotografia competente e uma arte perfeita (amei as sequências da prensa) e, apesar de a intriga não ter uma crescente tão envolvente, parece que o filme toma um viés motivacional e a tomada de decisão (que pega boa parte do segundo ato e quase todo o terceiro) é empolgante e empodera Merryl Streep na tela, fazendo os espectadores do momento se mexerem na cadeira.

O Epílogo é um grande anticlímax, mas vem pra dar a lição de moral do filme, que é muito relevante, inclusive, para o atual momento brasileiro, em que questionamos muito o papel da imprensa como o “quarto poder”, aquele que informa o povo do que acontece com os outros três.

Vale?

Vale a pena ir até o cinema, porque o filme é muito BONITO, visualmente falando, e é um fato histórico que traz uma boa discussão para aquela conversa de boteco com os amigos. Não no Facebook, garotada! No boteco!

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Luiz Salles
Sou um profissional de foto e vídeo no mercado desde 2007. Minha graduação é em Imagem e Som, pela Universidade Federal de São Carlos, sendo especializado em Direção de Fotografia e Produção. Tenho pós-graduação em Artes Visuais: Cultura e Criação pelo SENAC-Rio (EAD) e curso de Filmmaking pela New York Film Academy.