Em abril, o produtor Adi Shankar lançou um concurso de melhor roteiro para o desenho Os Simpsons, com o objetivo de resolver a controvérsia relacionada a Apu, personagem indiano dono de uma loja de conveniências e dublado pelo ator Hank Azaria. Em uma era do politicamente correto, muitos consideram a abordagem de Apu como sendo imprecisa e preconceituosa dos indo-americanos.
A intenção de Shakar era buscar financiamento coletivo para um roteiro que subvertesse as expectativas do personagem, trazendo uma abordagem mais engraçada e realista dos indianos na América.
A esperança de Shankar, de acordo com o site Indiewire (que reportou a notícia originalmente) era de que a Fox produzisse o roteiro vencedor. No entanto, ele descobriu através de três pessoas ligadas a produção que Apu será descartado da série, como uma forma de evitar controvérsias.
“Recebi notícias desanimadoras da produção, verifiquei com múltiplas fontes: Eles vão se livrar do Apu completamente“, disse Shankar em uma entrevista ao Indiewire. “Eles não vão fazer uma grande despedida, nem nada do tipo, mas vão deixar o personagem de lado para evitar controvérsias“.
A polêmica começou com o documentário de 2017, dirigido por Hari Kondabolu, intitulado “The Problem with Apu,” (O Problema com Apu, em tradução livre), no qual criticava a forma como a mídia retrata os indianos nos EUA. Os Simpsons rebateu as críticas com o episódio “No Good Read Goes Unpunished” (“Nenhuma boa leitura passa impune“), onde os roteiristas criticavam os excessos do politicamente correto.
Shankar acredita que se livrar de Apu é um erro, tendo em vista que o programa se destaca por sua sátira social:
“Se você faz um programa sobre comentários culturais e você tem muito medo de comentar sobre cultura, especialmente quando ter liberdade criativa é um componente cultural, então o seu programa é sobre covardia“, conclui Shankar. “Isso não é um passo para frente, nem para trás, mas para os lados. Depois de ter lido aqueles roteiros maravilhosos, sinto que deixar isso de lado não resolve o problema, quando o propósito da arte, acredito, é nos unir“.
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