Não é fácil, como fã, conseguir separar e analisar individualmente o filme que gira em torno do lendário vocalista do Queen, Freddie Mercury, sem levar em consideração todos os aspectos factuais já conhecidos sobre a trajetória de uma das melhores bandas de todos os tempos, mas é necessário constatar que Bohemian Rhapsody não é perfeito.
O filme encontra dificuldades em seu roteiro? Sim. É um pouco raso, é “clichê” e deixa de lado muitos momentos decisivos da vida e da inevitável morte de Freddie.
Alguns pilares de sua história perderam importância na trama, como sua dependência química e alcoolismo, mas isso é assunto para uma outra discussão. Hoje, precisamos reverenciar o verdadeiro objetivo de existência dessa grandiosa produção, o reverenciamento da genialidade musical de uma lenda do rock.
Bohemian Rhapsody é muito mais que uma mera biografia sobre o ícone. É sobre música feita com a alma. Sobre uma voz única, e uma banda inesquecível. O legado deixado pelo quarteto de Londres, é fundamental até hoje para o mercado fonográfico e inspira milhares de artistas no mundo todo.
Além disto, o filme é capaz de nos emocionar com outros personagens que fogem do núcleo principal da banda. Mary (Lucy Boynton) nos ajuda a entrar na mente do protagonista, revelando as suas aspirações e emoções. As cenas entre os dois transferem grande humanidade para a tela e são os pontos de virada da narrativa.
Não posso deixar de destacar a sensacional entrega do ator Rami Malek. Em parceria com o diretor de arte e figurinista, o homem que ficou famoso por Mr. Robot, replicou com eficiência os movimentos e modo de falar do personagem principal com brilhantismo. Sua atuação é um show a parte.
Você está pronto para uma verdadeira Opera Rock?
Definitivamente, vale o ingresso.
