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Crítica | A Órfã 2: A Origem – O famoso projeto caça-níquel

Apesar de um roteiro relativamente bom, graças a uma direção desastrosa, o conceito central da trama se perde, gerando mais um filme qualquer de terror

Apesar de uma boa história, graças a uma má direção , a trama se perde, gerando um filme de terror qualquer

Foto: Cinépolis

Em 2009, um dos filmes mais queridos pelos fãs do gênero terror foi lançado nos cinemas: A Órfã. Mais de 10 anos depois, chega nas grandes telas A Orfã 2: A Origem, que é um desperdício de boas ideias, em prol de um projeto duvidoso.

Dirigido por William Brent Bell (O Boneco do Mal), e roteirizado por Alex Mace (A Garota da Capa Vermelha) e David Coggeshall (Scream), conta como Esther conseguiu fugir de um hospital psiquiátrico na Estónia, e consegue viajar até a América se passando pela filha desaparecida de uma família milionária. Porém, depois de uma reviravolta, a mãe começa a desconfiar da criança, e faz de tudo para proteger sua família, antes dos eventos do primeiro filme.

Apesar da trama ser bastante parecida com a do primeiro filme, temos um ponto de virada interessante. O subtexto de como o dinheiro subverte as leis, dando liberdade para que os ricos possam fazer o que quiser, realmente cativa.

Entretanto, isso se perde ao longo de todo o filme, graças a má direção, que não consegue trabalhar direito com o material que tem em mãos. Um exemplo disso, é quando o policial Hiro Kanagawa (que está lá para preencher cota étnica, porque ele não tem serventia alguma) faz um drink.

Essa cena possui tantos cortes, que ela se torna incômoda pelo fato do dinamismo em uma cena que não precisa deste tratamento. A edição desliza em outros momentos, atrapalhando na condução narrativa da trama, dando foco em coisas que são irrelevantes para o contexto geral da obra.

E a síndrome do final grandioso também consegue atingir essa produção. Isso porque a grande revelação se deu na metade do segundo ato, e eles precisavam colocar algo para manter o nível, porém falham miseravelmente.

Pelo fato do filme ser tão mal construído, o clímax do filme está no meio do segundo ato, e não no terceiro. Isso consegue dar um ar de “Esse negócio já deu o que tinha que dar” antes mesmo de chegar no final.

O ato final consegue ser tão vazio, que ao invés dele sustentar a tensão da trama, rende cenas dignas de filmes de comédia. Preste atenção na cena do telhado.

Nem as atuações também são cativantes. Fica claro que todos ali estão somente cumprindo contrato, e nem fazem questão de esconder. Mesmo com o ponto de virada, não temos nenhuma mudança significativa no comportamento dos personagens, deixando tudo para diálogos expositivos extremamente chatos.

Com isso, A Órfã 2: A Origem é somente mais uma tentativa de Hollywood conseguir mais dinheiro com uma marca famosa, sem se esforçar para entregar algo minimamente decente ao espectador.