Rede de cinemas americana divulga perda bilionária e pretende reabrir salas em julho
A AMC Entertainment divulgou uma perda colossal de US$ 2,2 bilhões no primeiro trimestre nesta terça-feira, resultado do fechamento global das salas de cinema causado pelo COVID-19.
Em comunicado, a empresa disse que está focada em sua liquidez, enquanto procura reabrir todos os seus cinemas em todo o mundo no mês de julho. Na semana passada, a AMC declarou em documentos que havia preocupações com falência, observando que “existe uma dúvida substancial” quanto ao funcionamento normal dos cinemas nos próximos meses.
“Estes são tempos verdadeiramente sem precedentes“, afirmou o CEO Adam Aron em comunicado. “Estamos confiantes de que estamos dando os passos necessários em uma ampla variedade de frentes para garantir o sucesso futuro da AMC à medida que navegamos nesses tempos turbulentos e incertos“.
Em uma teleconferência com analistas logo após a divulgação dos números, Aron minimizou as sugestões de que a empresa poderia ser forçada a enfrentar uma crise de caixa.”No final, a AMC terá sucesso e prosperará“, disse ele.
O relatório de ganhos refletiu a interrupção sem precedentes causada pelo fechamento para conter a propagação do coronavírus. As perdas incluíram US $ 1,85 bilhão em encargos por redução de valor dos ativos da empresa (impairment). No trimestre do ano anterior, a AMC sofreu uma perda de US$ 130 milhões. O prejuízo líquido ajustado por ação foi de US$ 2,22. A receita atingiu US $ 941,5 milhões, abaixo dos US$ 1,2 bilhão no trimestre do ano anterior. Wall Street esperava perdas de US$ 1,44 por ação e receita de US$ 947 milhões. Em seus comentários com analistas e investidores, Aron observou que o ramo do cinema havia sido atingido por um tsunami de saúde pública e catástrofes econômicas.
“Houveram muitas mudanças“, disse Aron. “Mudanças cataclísmicas“.
O CEO continua, dizendo que a AMC espera que os negócios retornem gradualmente no verão americano quando blockbusters como “Tenet” e “Mulan” forem lançados em 17 e 24 de julho. Houve alguma dúvida sobre se esses filmes vão mesmo estrear caso os principais mercados americanos, como a cidade de Nova York, permanecerem fechadas, mas Aron sugeriu que os filmes estavam a caminho de cumprir suas datas de lançamento.
Quando os cinemas retomarem os negócios, Aron disse que espera que os consumidores procurem sair de suas casas, onde foram enterrados durante o isolamento social.
“Haverá uma demanda reprimida significativa para voltar ao mundo“, disse Aron, observando que ainda haveria contratempos.
O chefe da AMC também abordou a disputa da empresa com a Universal Pictures, que enfureceu o executivo após a decisão de lançar filmes como “Trolls World Tour” e “King of Staten Island” em versão digital enquanto a maioria dos cinemas estava fechada. A AMC ameaçou parar de exibir os filmes da Universal, privando potencialmente a cadeia de cinemas de exibir as sequências de Velozes e Furiosos e de Jurassic World.
“As relações estão calmas com a Universal“, disse Aron. “Elas sempre foram calorosas. Não há nada pessoal sobre esse problema com a Universal…isso é apenas uma questão sobre dinheiro”.
A AMC está em “diálogo ativo” com a Universal, disse Aron, o que significa que um acordo pode ser alcançado.
“Vamos ver como tudo acontece“, concluiu o executivo.
Fonte: Variety
