Já nos primeiros momentos da nova temporada da série antológica de Ryan Murphy tivemos uma amostra do que seria a sétima temporada, uma trama engajada com o atual momento político nos Estados Unidos misturada com um terror psicológico que se manifesta na paranóica personagem de Sarah Paulson, Ally. No primeiro episódio, a história pareceu bem simples, de um lado um casal homoafetivo em que um dos membros passa por problemas psicológicos, do outro um fanático insano interpretado brilhantemente por Evan Peters, e como causador da tensão a eleição do presidente Trump. Foi inclusive um bom episódio, tenso, mas na medida certa e com uma boa introdução de personagens. Já o segundo episódio é prejudicado por alguns problemas.
Se no primeiro episódio, tivemos cenas de tensão e susto controladas, neste segundo temos uma dose exagerada delas, parece que a todo momento os produtores viram a necessidade de criar planos clichês de filmes de terror, com sustos desnecessários. O que acaba tirando o impacto do clímax do episódio. Inclusive, a série continua dando ênfase aos sonhos do pequeno Oz, o que não ajuda e nem atrapalha, mas faz parecer que faltou conteúdo ali e eles colocaram aquilo como que para encher linguiça.
Os medos e a insegurança de Ally acabam prejudicando em parte o episódio também, pois apesar da atuação de Sarah Paulson, fica extremamente cansativo, para não dizer chato, tentar concluir se o que a personagem vê é real ou não.
Mas o ponto mais bem desenvolvido da série continua sendo a crítica à atual situação política nos EUA. Um diálogo que chama muita atenção no episódio ocorre quando o personagem de Evan Peters fala que as pessoas correm 40% mais risco de serem vítimas de crimes graves cometidos por imigrantes ilegais, e Ally questiona perguntando de onde ele tirou suas informações, o personagem então diz “do Facebook”. Apesar de ser até engraçada, a cena retrata uma realidade muito recorrente e preocupante nos dias de hoje. Portanto, mesmo sendo uma crítica muito aguçada ao que vivemos hoje o segundo episódio de “Cult” cria um terror fraco e não tão imersivo quanto já foi em temporadas anteriores, o que se espera é que a temporada melhore até seu fim.
O próximo episódio de American Horror Story: Cult vai ao ar na próxima terça no FX.