Nesta semana, “Lawanda: The Book of Hope”, segundo episódio de Raio Negro continuou os eventos de “The Resurrection” de forma surpreendente e instigante os eventos de seu antecessor. Mesmo repetindo um pouco da estrutura do piloto, com um tempo para construção da trama, amostra do conflito do episódio e por último as cenas mais frenéticas o episódio consegue surpreender com acontecimentos um tanto inesperados e desenvolver mais os seus personagens secundários. Neste segundo episódio Cress Williams também parece estar mais confortável em seu papel com muitos bons momentos, principalmente quando seu personagem encarna Raio Negro indo de frases divertidas a momentos em que é tomado pela raiva. Inclusive, raiva é o que não falta para Jeff Pierce passar neste segundo episódio em que situações ainda mais revoltantes se apresentam ao personagem que refletem no comportamento dele como herói. Essas situações são mostradas de forma ainda mais crua do que no primeiro episódio já que também tomam rumos mais violentos que fazem parecer que agora o Raio Negro realmente ressuscitou e que a série não perderá mais tempo em desenvolver uma dúvida que no final sempre sabemos que vai favorecer o bem da população por mais que isso prejudique Jeff e as suas relações pessoais.
As filhas e a ex-mulher de Pierce também são bem mais desenvolvidas neste episódio. Tendo cada uma que lidar com o trauma de um sequestro recente de forma diferente. Sendo que as filhas lidam com isso se abrigando em um refugio da realidade, sejam relações amorosas ou bebidas e Lynn (Christine Adams) procura esquecer os fatos passados acreditando que Jeff não voltará a atuar como o Raio Negro nas ruas de Free Land. Este episódio, diferente do primeiro não foca tanto em problemas sociais sérios mostrando apenas de passagem a marginalização dos jovens e a subordinação deles à Lala (William Catlett). Ele prefere ir por caminhos mais fáceis como mostrar ao que os jovens recorrem quando passam por situações difíceis, como bebidas, por meio da filha problemática de Jeff, Jennifer(China Anne McClain). Enquanto isso, Anissa (Nafessa Williams) também ganha o seu desenvolvimento por meio da relação com sua namorada. Isso deixa o segundo episódio de Raio Negro ainda mais pessoal com espaço para se trabalharem a parte os vários personagens da história. Isso com exceção de alguns como por exemplo Tobias, o qual ainda parece roboticamente interpretado por Marvin ‘Krondon’ Jones III e que ainda não desperta a minima empatia do expectador. E para citar mais um problema, ou um descuido, a série perde a chance de desenvolver alguns personagens melhor mais para frente na temporada o que desperdiça o potencial deles e pode vir a prejudicar a trama.
Algumas outras chances perdidas pelo episódio são as de fazer sequências de ação incríveis, claro, elas são boas, mas se melhor planejadas e executadas pela direção poderiam ficar bem melhor. Como por exemplo a sequência de luta na escada já ao fim do episódio que poderia ser bem mais dinâmica, mas que por cortes desnecessários e muitas mudanças de angulo fica um pouco confusa, ganhando um destaque apenas pelas cores vivas do uniforme do herói. Embora haja esse problema ele não prejudica em muita coisa o episódio já que é um momento pequeno, na verdade até demais já que ele poderia se estender e mesmo assim não ficar cansativo. Esse episódio aposta também em cores mais vivas, deixando o sombrio apenas para momentos que realmente pedem o tom escuro. A trilha continua muito bem encaixada e condizente com a proposta da série, com sons que complementam e fazem as cenas se tornarem mais empolgantes e sabendo quando deve parar para deixar a tensão no ar.
Assim, a série entrega um episódio com um ritmo semelhante ao primeiro que mesmo assim apresenta particularidades em relação à ele e preparam bem o futuro da série com uma trama bem focada em personagens e suas ações. [rwp_box id=”0″]