Notre Dame acompanha Maud Crayon, uma arquiteta que é mãe de dois filhos e tem que lidar com um pai que não a ajuda e ela não consegue largar completamente. Fora isso um antigo amor de infância volta para a cidade e ao mesmo tempo por motivos inesperados, ela ganha um concurso para realizar a reestruturação do pátio em frente a Catedral de Notre Dame.
E essa breve sinopse já mostra o ponto do filme, que busca acompanhar a personagem lidando com todas essas turbulências em sua vida. E também existem questões como o seu chefe que se aproveita do seu sucesso, e também o descaso de todos em sua volta, não acreditando que possa realizar o projeto.
O filme consegue passar de uma boa forma o amadurecimento da personagem e em como ela se torna independente não somente das pessoas em sua volta, mas também de suas próprias decisões. O tom do filme em certos momentos acaba sendo bem lírico, tendo similaridades com obras como Nanny Mcphee, entretanto esse tom acaba destoando de todo o filme e não se encaixando na história.
Os personagens em volta da personagem, retirando o seu interesse amoroso acabam sendo caricatos de forma proposital para representar momentos do cotidiano e da vida real. O roteiro consegue ser bom e não exagerar muito nos momentos de clichês, mantendo aquele humor e sarcasmo francês. Já a fotografia do filme é simples, e como uma obra que retrata a visão de uma arquiteta, a cidade e a própria Notre Dame poderiam ter sido usadas de forma melhor.
Como um todo o filme entrega um enredo fluído por mais que se destoe em certos momentos, e também um roteiro com bons momentos e uma engraçada e melancolia perspectiva do mundo enfrentado pelas mulheres no seu lado profissional. A fotografia acaba sendo a última coisa a se pensar, sendo simples e servindo seu propósito e ao mesmo tempo tendo um final honesto para o que se propõe.